quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Constantim

Nunca conheci outra terra como casa. Constantim sempre foi e sempre será a minha aldeia. É nela que vivo há trinta anos e nem mesmo os anos universitários que me obrigaram a viver semanas longe do céu que cobre a minha aldeia fizeram com que o amor que sinto por ela desvanecesse. A cidade do Porto que acolheu a minha vida académica nunca foi dona dos meus fins de semana. Nem de um sequer. A sexta-feira sempre foi o melhor dia da semana e o domingo o pior. Lembro-me como se fosse hoje quão penosas eram as horas que antecediam a minha partida para a cidade Invicta. O quanto me custava fazer a mala e ir, fosse de carro ou de autocarro; assim como tenho bem presente que quinta-feira, ainda antes de jantar, a minha mala estava pronta para um regresso que acontecia passadas menos de vinte e quatro horas.
O que sinto pela minha terra não tem explicação, é, no fundo, como cada um dos amores que se sente na vida.
Sou do tempo da pré-primária por baixo da associação. Recordo-me das cadeiras de madeira de tamanho reduzido, das minhas educadoras de infância, das fotos que tiramos e que hoje servem de bilhete para o passado.
A escola primária marcou o inicio da minha vida enquanto estudante. Nunca esquecerei as sete reguadas que o saudoso Professor Nogueira me deu na primeira classe, logo no primeiro dia de aulas. Tudo graças a uma ideia do meu primo Eduardo. Hoje recordamos isso vezes sem conta e sempre a sorrir. Fui aluno dos que ensinaram aqueles que me geraram. Dos duros. É de peito feito que digo a quem me quiser ouvir que o Professor Nogueira, a Professora Maria Angelina, a Professora Alcina e a Professora Rosa me ensinaram muito mais do que o escrever e o ler. Com eles tive uma formação cívica que ainda hoje carrego, a eles muito lhes devo e ser-lhe-ei eternamente grato.
Nunca esquecerei o quanto fui feliz na escola que eu gostava que um dia fosse dos meus filhos. A bola, a barra forte, a mosca, o bate pé, a apanhada, os pacotes de leite, o flúor, as fotos ensonadas. Muita muita coisa.
Cresci a sentir cada tradição na pele. O carnaval, o judas, os vasos no São João, a festa de verão, em especial a Alvorada, a fogueira na noite de consoada, a passagem de ano nas garagens dos amigos e muitas delas na minha própria garagem.
Sou do tempo do cruzeiro ao pé da escola primária; da cortinha em saibro e depois em cimento; dos torneios de verão com as equipas do Nosso Café, da Garagem do Vale e da Mecanodiesel e dos grandes craques que nelas jogavam, para mim aquilo era a liga dos campeões; lembro-me do alto da estrada cheio de gente no meio da estrada e à entrada do café do Sr. João; a biblioteca ambulante parava lá também, era ali que tudo acontecia.
Tenho saudades da minha terra com vida e dói-me muito vê-la perder cor. É preciso ressuscitar as nossas gentes e o amor que elas sentem pela aldeia.
Quem nasce em Constantim ama Constantim até morrer, quem chega não quer sair e quem tem que sair leva Constantim no coração.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Desde 22 de Setembro de 1983

Quero agradecer a todos os que, nestes trinta anos, passaram pela minha vida. Aos que estiveram sempre presentes, aos que já partiram, aos que chegaram e ficaram e aos que estiveram e saíram. Sozinho não seria o homem feliz e completo que sou hoje. Obrigado, de coração!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Jobs

Há um jovem que se recusa a ter a vida de todos os outros. Ele não quer o politicamente correcto, ele apenas aceita aquilo que o faz feliz. Uma historia que parece de encantar mas é real. Steve Jobs lutou contra tudo e contra todos, acreditou acima de tudo nele e foi assim que revolucionou o mundo dos computadores, dos tablets, dos telemóveis e de outras coisas mais. Deixou uma marca na história da humanidade que, segundo me parece, será eterna e este senhor vai ser sempre um exemplo para todos aqueles que lutam pelos seus sonhos e ideais, assim como fez Steve Jobs, um visionário, um sonhador, um perfeccionista, um trabalhador que do nada construiu um império.
O filme é uma biografia, é verdade, mas não deixa de ser um incentivo a quem quer tornar um sonho numa realidade e a quem acredita que nada do que nós queremos muito é impossível. No fundo acaba por ser uma lição de vida, sendo certo que a vida de que falamos não foi, nem de perto nem de longe, uma mar de rosas. Teve os seus altos e baixos, mas importante mesmo foi a vitória final.
A quem gosta da Apple e de Steve Jobs, como eu, não preciso de aconselhar o visionamento desta película, o mais certo é que já o tenha visto e acredito que tenha gostado.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Gaiola Dourada

Dos melhores filmes que vi até hoje.
Falado em francês com pitadas de sal nacional e legendado na língua de Camões.
Todos os que contribuíram, qualquer que tenha sido a sua tarefa, para que a Gaiola Dourada fosse uma realidade merecem um longo e barulhento aplauso.
A história, e nisso sou suspeito porque respeito-a e admiro-a, da nossa gente emigrada a lutar por uma vida melhor é retratada na perfeição. Sentimo-nos, no caso, em França, no meio daquelas pessoas que trabalham de sol a sol para todo o tipo de patrões e patroas. Uns têm sorte e são respeitados, outros têm azar e são pisados, contudo, e é importante que se diga, nunca os portugueses que estão lá fora largam as bandeiras da humildade e da honestidade, valores esses que carregam para onde quer que vão e isso tem que nos encher o peito de orgulho, a todos.
Importa referir que o filme é recheado de humor, de gargalhada fácil e de muito boa disposição, mas, para além disso, há uma história, uma lição de vida e uma realidade que hoje é de uns, mas amanhã pode ser de outros.
Aconselho a todos, sem excepção, a visualização desta película, em casa ou no cinema. Vejam e depois digam-me se ouvir um fado num país que não é nosso arrepia ou não. A mim arrepiou-me e estava na minha terra, agora imaginem como fica quem está a milhares de quilómetros das suas raízes.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Relatório de vendas II

O livro continua a ser vendido por todo o país. Isto um ano e meio depois do lançamento oficial. A vós, culpados disto, o meu eterno obrigado.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Regresso à realidade

Hoje regressei à realidade.
O despertador voltou a tocar bem cedo, a roupa formal voltou a ser a minha, o carro voltou a sair da garagem antes do meu sono ter fim e o dia voltou a ter trabalho.
Ontem perguntaram-me se já sentia falta do trabalho e eu disse que sim. A verdade é que sentia mesmo. Estar de férias é bom, como é óbvio, mas acaba por saturar. Andei duas semanas sem falar com o relógio, só lhe dava atenção nas horas da refeição e pouco mais. Gostei como gosto sempre, mas já sentia falta das obrigações, dos formalismos, das rotinas e das gentes que me rodeiam de segunda a sexta em época laboral.
Venha o trabalho, venham os desafios! Férias, até para o ano!