sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A praxe

Fui praxado e praxei.
Enquanto caloiro admito que a praxe mexia com o meu sistema nervoso. Lembro-me da ansiedade das primeiras horas na universidade, do olhar para o chão sempre que passavam os "doutores", do tentar disfarçar o ar de novato, de dar voltas mais longas para evitar aqueles que estavam trajados. O normal. Fugi até chegar a minha hora. Lembro-me como se fosse hoje. Eram quatro ou cinco "doutores" e "doutoras". Eu estava encostado a uma parede, a ler um jornal, à espera da minha vez para entrar numa secretaria que estava sobrelotada. Perguntaram-me se era caloiro e eu disse que sim, em seguida um deles disse-me para eu lhe dar o meu jornal que caloiro não lia jornais e outro disse-me que precisava de ir à secretaria, mas como estava muita gente eu ia ter que lhe dar a minha senha e ficar com a dele, com o dobro da minha espera. Recusei ambas as ordens e expliquei o porquê. O jornal tinha sido comprado por mim e não o ia dar a ninguém, podia emprestá-lo, mas dá-lo não; e a senha da secretaria já tinha muito tempo de espera e eu não ia entregá-la. Depois daquela troca de palavras levaram-me a passar horários para umas folhas, os horarios deles, e eu passei-os, sem qualquer problema. Em seguida fomos todos almoçar ao McDonalds's das Antas, tenho isto bem presente, e eu fui com eles no carro já não sei de quem. Durante o almoço explicaram-me as regras da praxe. Tudo de forma muito tranquila.
Nos dias seguintes fui praxado como tantos outros caloiros, sempre dentro das paredes da universidade. Essa era, e acho que ainda é, uma regra da casa. Fora daquele perímetro as praxes não podiam acontecer. Essa norma dava-me tranquilidade, sabia que de alguma maneira o que ali passava era vigiado e, de certa forma, controlado.
A minha praxe foi pacifica, pelo menos comparada ao muito que já vi e ouvi. Eram coisas banais. Uns ovos na cabeça, uns baldes de água, um rastejar, umas idas ao bar para ir buscar isto e aquilo, estar de quatro, rebolar, flexões, abdominais e outras coisas dentro deste género. Lembro-me de recusar andar de joelhos em cima de gravilha. Isso recusei e os motivos nem preciso de explicar. São óbvios.
O dia mais assustador foi culpa do meu sono. Adormeci e quando cheguei à universidade os caloiros e os doutores tinham ido passear, ver as caves de vinho do Porto, penso eu. Para me receber só lá estavam os veteranos, os do conselho de praxe, os que realmente assustavam. Pegaram em mim e levaram-me para uma sala escura, toda preta. Era o canto deles, onde reuniam. Mandaram-me sentar no chão e massacraram-me, ou tentaram, com uma praxe psicológica. Por fim, disseram-me que eu ia ter que beber uma garrafa de vinho do Porto e eu perguntei se tinham copos ou se era mesmo pela garrafa. Eles riram-se e disseram que já tinham visto tudo, que eu podia ir embora e eu lá fui, até casa.
No dia do baptismo, quando chegou a minha vez, eu não tinha madrinha e isso deu algum barulho, mas eu ignorei. Não conhecia ninguém, nem me apeteceu perder tempo a escolher uma madrinha. A verdade é esta. Arranjaram-me eles uma, que por sinal nunca mais vi, mas resolveu o problema e deu para concluir a cerimónia. Cortaram-me um bocado de cabelo, que à data era comprido, molharam-me a cabeça com um balde de água e assinaram-me o diploma de caloiro. Ponto final. Acabaram as praxes enquanto caloiro.
Passado o tempo previso eu cheguei a "doutor". Era a hora de ser eu praxar.
Praxei durante uma tarde, ou uma hora ou duas, vá. Cheguei trajado e pronto para mandar naqueles que iniciavam a sua vida académica. A verdade é que não achei piada à coisa. Acabei no bar da universidade com dois caloiros de uma terra vizinha da minha, em amena cavaqueira. Salvei-os da praxe, pelo menos naquele dia, e vim embora. Depois disto nunca mais vesti o traje com o intuito de praxar.
Esta é a minha história enquanto estudante universitário que esteve dos dois lados da barricada. Sinceramente a praxe nunca me entusiasmou. Nem como caloiro, nem como "doutor".
Não sou contra, nem sou a favor. Respeito quem gosta da mesma forma que respeito quem não gosta. Entendo que ninguém é obrigado a nada, como é óbvio. Não olho para os que são anti-praxe como alguém que é diferente. São opções, nada mais. Nenhuma das opções tem que ser extremada.
Não vejo este ritual de iniciação da vida académica como algo essencial a um futuro saudável enquanto estudante universitário. É bom, faz-nos conhecer gente, podemos fazer amigos, mas não deixamos de conhecer gente e fazer amigos se não formos praxados. A convivência diária numa sala de aulas, só por si, acaba por trazer de uma forma natural amizades e muitas dessas ficam para a vida.
A praxe do Meco, que tanta celeuma tem levantado, foi uma parvoíce, mas não podemos generalizar. Não me parece que a estupidez de sete pessoas, sim porque ninguém ali agiu de forma consciente, possa ser fundamento para o fim de todas as praxes a nível nacional. Os acidentes acontecem, os finais trágicos existem e os erros muitas vezes pagam-se caro, não só na praxe, mas na vida em geral.
A verdade é que o que aconteceu naquela praia foi mau demais. Perderam-se vidas e destruiram-se famílias. Quem cá ficou tem que falar, mesmo que traumatizado. Sim porque não acredito, nem poderia ser, que aquele estudante, o Dux, não tenha ficado traumatizado. Mil defeitos que ele  tenha, não deixa de ter vinte e três anos, de ser um jovem e, acima de tudo, um ser humano. O que está feito, infelizmente neste caso, está feito, agora é hora de assumir, de dar o peito às balas, e pagar, se for caso disso, pelos seus actos, mas nunca, em momento algum, pensem que os outros estavam ali obrigados. Não acredito nisso. Desculpem a sinceridade.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Crianças mal educadas

São cada vez mais e podem encontrar-se nos mais variados locais.
Corpos pequenos, de idade curta, sem pai nem mãe. Esta é a verdade. Principalmente o último terço da primeira frase deste parágrafo, sem pai nem mãe. Eles gritam, esperneiam, rebolam, mexem em tudo, respondem mal, arrotam, libertam gases, andam de pé em cima de todo o mobiliário, comem o que querem e como querem, batem com portas, partem o que lhes apetece e são mal educados com quem os rodeia. São assim as crianças mal educadas. Em casa delas e na casa dos outros, no café, no restaurante, na loja e na igreja. Tanto faz. Para elas não há limites.
Não me venham, por favor, com a história da hiperactividade. Ela existe, é verdade, e pobre de quem convive com ela, mas não é, e ainda bem, um mal geral da pequenada. Uma coisa é ser hiperactivo outra coisa é ser mal educado e anda aí muita criancinha sem o mínimo de educação. Culpa de quem devia educar e não educa. Culpa de quem prefere ignorar os comportamentos e as atitudes dos filhos. Culpa de quem não ouve os filhos a gritarem como se estivessem a ser torturados. Culpa de quem não vê os filhos a sujarem-se e a rebolarem-se num chão qualquer. Culpa de quem não dá conta que os filhos estão mexer e revirar tudo o que a vista deles alcança. Culpa de quem não se apercebe de que os filhos estão a perturbar os outros, os que estão ali ao lado e não têm que ser incomodados.
Eu não sou pai, mas isto faz-me muita confusão. Quando somos pais deixamos de ver e ouvir, é isso? É que eu vejo tanta a gente a criticar os filhos dos outros e depois, quando têm os deles, acabam por fazer exactamente a mesma coisa. Não entendo. Juro que não entendo.
Felizmente nem todos são pais ausentes, mas são cada vez mais raros aqueles que conseguem dar aquilo a que efectivamente se chama educação. Não basta estar perto ou ao lado para se ser um pai ou uma mãe presente. Não, não, não. É preciso estar e cuidar. É preciso agir quando tem que se agir e se tiver que dar uma palmada ou um grito, dá.
Há crianças que não precisam de palmadas, são mais calmas por natureza, há outras a quem um olhar basta, há aquelas que exigem um grito para parar, e há delas que precisam da chamada "palmada na hora certa". Atenção, não estou a falar de porrada. Estou a falar de uma palmada. No rabo ou mão. Acreditem que não lhes faz mal nenhum. E se ontem foi uma palmada, hoje vai bastar um grito e amanhã um olhar vai chegar. As crianças são inteligentes, elas vão até onde as deixam ir, mas também vão perceber, se lhe derem a entender, onde têm que parar.
Às vezes é preciso que os pais pousem os jornais, larguem os telemóveis, desliguem os computadores, deixem de olhar para a televisão e interrompam as suas conversas para tomarem conta daquilo que é seu, dos seus bens mais preciosos. Um filho tem que ser a prioridade máxima de qualquer pai e mãe. Infelizmente eles ficam para segundo plano, por este ou por aquele motivo eles ficam esquecidos e crescem sem regras, evoluem de uma forma errada e muitos deles acabam por se tornar adultos desagradáveis.
Amar um filho também é educá-lo e uma criança educada é das coisas mais bonitas que há. É fantástico estar com alguém que nasceu há poucos anos, mas sabe estar, rir e brincar. Os outros, os mal educados, mesmo sem culpa nenhuma, acabam por ser postos de parte, assim como os seus pais. Esta é a realidade e quem tem filhos devia pensar assim, devia colocar-se no lugar dos outros, dos que são importunados pelos filhos de quem prefere viver a sua vida em vez de educar os seus.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Coisas que eu ouço LXXVI

Hoje é daqueles dias

O telemóvel, mesmo com bateria, desligou-se durante a noite. O despertador não tocou, acordei por acaso. A luz da casa de banho, que estava muito bem, fundiu. A água, que estava quente, ficou fria. Acabou o gás.
Bom dia para vós também.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Cristiano Ronaldo

Bola de Ouro. A segunda. E é mais do que merecida. O homem teve um ano do diabo.
Não vou falar de números, nem de estatísticas, não. Nem vou falar do outro, do Ribéry. Esse é humano. Os outros dois não. O Ronaldo e o Messi são de outro planeta. Estes, mesmo sem saberem, dependem um do outro. A rivalidade que a imprensa e os adeptos, ou eles próprios, não sei, criaram é benéfica para ambos. Isto na minha maneira de ver, claro.
O português trabalhou para ser o melhor, o argentino nasceu com o dom. O primeiro teve que sofrer e sacrificar-se para atingir o nível fabuloso em que está. O segundo não precisou de melhorar, sempre foi assim, sempre teve aquele jeito e é fantástico.
O Messi já fintou meia equipa e fez golo, tal como fez o Maradona. O Messi já marcou um golo com a mão, tal como fez o Maradona. O Messi é mesmo muito parecido com o Maradona, o que, por si só, diz bem do talento do pequeno astro do país das pampas.
E o Ronaldo com quem se parece? Com ninguém! O Ronaldo é o Ronaldo. É o Cristiano Ronaldo. Ninguém corre como ele. Ninguém finta como ele. Ninguém chuta como ele. Ninguém cabeceia como ele. Ninguém bate os livres como ele. Ninguém faz nada como ele. É único.
A sua maneira de estar nem sempre me agrada, tem atitudes que muitas vezes não entendo, mas dentro do campo e como profissional de futebol é realmente impar. Trabalha como se não houvesse amanhã, mesmo sendo ele o melhor dos melhores e quer sempre mais, mesmo já tendo tudo. Todos os que com ele trabalham e trabalharam não deixam duvidas no que a isto diz respeito. A verdade é que Cristiano Ronaldo tem bem presente que o dificil, muitas vezes, não é chegar ao topo, mas sim mantermo-nos lá e esse é o truque para o seu sucesso. Os outros, os que se perdem pelo caminho, julgam que basta tocar o céu, mas não, não basta. É preciso lutar todos os dias, é preciso fazer de cada treino um jogo e de cada jogo uma final. Só assim se pode chegar ao píncaro.
E fora do campo o português carrega a sua família, tal como carrega a sua equipa, às costas. Uma atitude que eu pessoalmente valorizo. Não faz mais que a sua obrigação, muitos o dirão e bem, mas o certo é que poucos o fazem como ele. E a sua terra, a Madeira, o Funchal, merecem as suas visitas constantes, provando que as suas origens não são esquecidas. Isto vale o que vale, mas vale alguma coisinha, acreditem.
É assim o português que abriu as portas da história ao ser o único jogador nascido em Portugal com duas bolas de ouro conquistadas. Ambas com todo o mérito e com toda a justiça.
Para terminar quero apenas lembrar-vos que não precisamos de odiar o Messi para gostar do Ronaldo, nem vice-versa. Quem gosta de bola, quem ama o futebol e quem aprecia este espectáculo único tem mais é que gostar dos dois e dar-se por feliz, muito feliz, por poder viver na era destes dois extraterrestres.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O Eusébio e os outros

Ao Eusébio nunca o vi jogar. Vi frames deles, na televisão e na internet. Nada mais.
Sei que levava o pé até ao fim, não parava na bola, e o joelho, esse, quase batia no peito. Sei que tinha muita força, que levava tudo à frente e um pontapé dele era mais que meio golo. Sei que marcou quatro golos à Coreia do Norte no mundial de 66, quando a nossa selecção perdia por 3-0. Sei que foi um símbolo do nosso país e com ele o nome de Portugal foi mais além. Com ele, com a Amália e com Nossa Senhora de Fátima. Sei que ele deu tudo ao Benfica e depois andou a vaguear pelos Estados Unidos, pelo México, pelo Beira Mar, onde se recusou a rematar à baliza encarnada, e até pelo União de Tomar, vindo a terminar a carreira na terra do Tio Sam. Sei que o Eusébio estava esquecido pelo Benfica, foi o Luis Filipe Vieira que o devolveu aos benfiquistas. Sei, no fundo, o que qualquer apaixonado por futebol sabe. O essencial.
Tinha o Eusébio como pessoa humildade, pacata, no canto dele. Nunca viveu a fama, pelo menos aos meus olhos, como estrela de cinema, tal como vivem os jogadores de futebol de agora. A realidade era outra, é certo, e por isso mais valor lhe dou. Sem os meios que há hoje ele conseguiu chegar aos quatro cantos do mundo, com a camisola do clube e com a da selecção.
Quanto à morte desta figura do futebol, lamento-a. Não me chocou como a do Feher, é certo. Por tudo. O Eusébio tinha alguma idade, era uma pessoa doente e o Feher morreu jovem, quase adolescente, com transmissão em directo na televisão. É diferente, uma não se compara à outra.
O funeral do Pantera Negra, como lhe chamavam, foi aquilo que tinha que ser. Foi à rua quem quis. Seguiu o cortejo fúnebre quem achou que o devia fazer. Achei que o estádio dele podia e devia ter recebido mais gente para lhe dizer adeus. Achei que as televisões exageraram, quando o Benfica tem um canal que permitia, a quem quisesse, acompanhar tudo a par e passo. Achei que aqueles que eram realmente próximos do Eusébio não foram respeitados. Os de sangue e os amigos, os verdadeiros, como o Hilário, por exemplo. Este último nem quis aparecer nos meios de comunicação, como é normal em horas de dor. Quem sente dor não quer o protagonismo que a imprensa dá, quer é sossego, privacidade e um abraço quente. Os familiares, coitados, quase que não conseguiam chegar ao caixão, segundo li. E, quer se queira quer não, há coisas que devem ser respeitadas. E o sofrimento de quem vê partir alguém que ama é das coisas mais sagradas que existem.
A história dos cachecóis, serviu para duas coisas. Serviu para provar que os adeptos dos clubes rivais respeitavam o Eusébio e o seu Benfica; e serviu, também, para provar que há gente que não sabe estar, nem tão pouco viver. Devia ser um motivo de orgulho para os benfiquistas ver que a estátua do seu ídolo tinha cachecóis dos clubes rivais e de outros menos que tal. E se para uns acredito que tenha sido, para outros foi mais uma forma de mostrarem ao mundo que há gente que anda aqui só mesmo por andar. Quanto à retirada dos cachecóis, discordo. Deviam era ter arranjado forma de os preservar lá.
Eusébio da Silva Ferreira vai ser recordado como um homem humilde, sem grandes protagonismos, um benfiquista dos quatro costados e aquele que em tempos que não se previa levou a selecção nacional bem alto. Como ele também Luis Figo, embora deste eu não goste. Nunca gostei. Para mim é um vaidoso que se acha com o rei na barriga e, tal como fez no final do Suécia-Portugal, ignora as suas raízes. Ao Cristiano Ronaldo, outro emblema português no mundo, dou-lhe mais valor. Cria tantos amores como ódios, tem um feitio muito dele, mas não se esquece das suas origens, carrega a sua família para todo o lado e a sua ilha, a Madeira, nunca é esquecida. Na selecção tem vindo a melhorar e foi ele, a verdade é só esta, que carregou Portugal às costas até ao Brasil, para o Mundial deste ano. O Mourinho, outro que levanta bem alto as nossas cores, já me agradou mais. A maneira de ser e de estar dele acaba por cansar e acho que neste momento a sua imagem está desgastada. Atenção, com isto não lhe retiro qualquer valor, até porque nem eu, nem ninguém, o poderia fazer. O homem é mestre no que faz. Noto que esta época tem andado mais recatado e acho que só faz bem. O certo é que estes quatro, todos do mundo da bola, fizeram com que Portugal fosse conhecido em todos os pontos do mundo, à custa do futebol, é verdade, mas deram prestigio ao nome do nosso país. De todos eles Eusébio terá sido o que mais se chegava ao povo, fruto das suas origens, do que viveu e dos tempos que eram outros, mas acredito que seja por isso mesmo que tenha merecido a consideração e os lamentos de todos, mesmo dos eternos rivais e, diga-se, foram mais do que justos.
O Mário Soares, e isto a propósito das suas declarações, está senil. Completamente senil. O que ele disse em relação ao Eusébio demonstra uma falta de respeito tremenda e lamento que os órgãos de comunicação social ainda o procurem para obterem testemunhos do género deste último. Acredito que isso dê audiências, partilhas no facebook e piadas a todos os níveis, mas acho, muito sinceramente, de muito mau gosto tornarem públicas palavras tão graves como as que foram ditas. Este senhor tem mais é que ser ignorado. Apenas e só isso. Deixem-no no canto dele, a acabar em paz.
Por fim quero dizer-vos que acredito que o nome Eusébio vire uma marca e/ou um negócio. Eu lamento e ninguém devia contribuir para isso.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Ó ano novo

Quero-te com saúde. Muita saúde. Para mim, para os meus e para quem nos é querido. Para todos, vá. Que a isto de viver sem saúde não se chama viver. É preciso que ela não esteja para que se sinta a falta. Como em tudo na vida, não é? O certo é que tendo nós saúde, temos tudo. O resto, problemas vários, nós resolvemos. As dores de dias menos bons, na rua, no trabalho ou em casa, valem nada quando comparados com as do corpo.
Quero-te com amor. Amor daquele que não finge. Aquele sentimento que é mais puro que a água que brota das nascentes. O que nos mantém de pé mesmo quando parece que o chão nos vai agarrar. Esse sentimento que não nos aponta o dedo, que está lá mesmo quando nós parecemos as piores pessoas do mundo. O que vale mais, muito mais, que quanto bem material há nesta vida.
Quero-te com paz. Paz no viver e no estar. Sem ela tudo é mais complicado e por isso deve ser semeada com todos e por todos. Se cada um de nós contribuir com a sua parte é fácil tê-la presente no dia a dia.
Quero-te com sucesso. Nas batalhas da vida, que são diárias. Para mim e para aqueles a quem eu quero bem. Quero tê-lo sem pisar quem quer que seja. Não preciso do mal dos outros para estar bem, nunca precisei, nem nunca vou precisar. Eu só quero é ser feliz, não quero ser melhor que ninguém.
Quero-te com harmonia. Em casa, na rua, no trabalho, na bola, nos relacionamentos. Onde quer que eu esteja e onde quer que vá. Com os que me são próximos e com os que me são menos próximos. Quero que tudo possa fluir de forma natural e saudável. Sem pressões, sem segundas intenções, sem pensamentos escuros, sem maldades. Que tudo aconteça como deve acontecer e porque realmente tem que acontecer.
Quero-te com fartura. Não quero gula. Quero apenas aquilo de que realmente preciso. Quero aquilo que sempre tive e, graças a Deus, posso dizer que foi fartura. Nunca me faltou nada e quero que assim continue. A fartura de sentimentos é a base, a dos bens é o complemento. Importa lembrar que todos nós podemos contribuir para a fartura daqueles que padecem dela e todos os dias são dias de ajudar.
Quero-te com prosperidade. Quero atingir tudo a que me proponho. Quero estar presente nas vitórias dos que me são próximas e espero que sejam muitas. As vitórias deles também são minhas. Quero, no fim deste ano, dizer que sou um homem preenchido e feliz. Quero olhar à minha volta e ver olhos que brilham porque venceram e me viram vencer.
Que este seja um ano para mais tarde recordar apenas por motivos que nos façam sorrir.