"Estou sim, bom dia."
"Olhe, eu estive aí no escritório e ninguém me disse nada""
"Não se importa só de me dizer com quem estou a falar?"
"É a mãe d_ _______!"
"Muito bem! Diga-me lá então o que passa."
"Eu estive aí no escritório e ninguém me disse nada!"
"Desculpe, não entendi. Esteve aqui no escritório e ninguém lhe disse nada? Quando?"
"Agora mesmo! E ninguém me disse nada!"
"Agora mesmo? E quem a recebeu?"
"Sim, estive aí há bocado e ninguém me recebeu!"
"Peço desculpa, deve estar a haver uma confusão qualquer. Se a senhora esteve aqui no escritório alguém a deve ter recebido."
"Não, ninguém me recebeu!"
"Desculpe, mas isso não é possível. Para a senhora entrar no escritório alguém tem que lhe ter aberto a porta, logo alguém a tem que ter recebido."
"Mas eu não cheguei a entrar no escritório!"
"Olhe, peço-lhe desculpa, provavelmente não ouvimos a campainha."
"Mas eu não cheguei a tocar à campainha!"
"Ah! Entendi! Mas diga, de que se trata?"
"Do que se trata? Trata-se de que vou hoje a julgamento e ninguém me diz nada!!"
"Hoje? Não tenho aqui nenhuma indicação disso."
"Pois, mas tenho aqui eu a carta do tribunal!"
"Sim, mas nós também somos notificados pelo tribunal, por isso acho estranho eu não ter aqui qualquer indicação sobre o julgamento."
"Então está bem!! Olhe, mas tenho eu!! A carta está à minha frente e diz aqui que tenho julgamento dia 7 do 4 de 2011 às 13h30!!"
"Desculpe, a senhora disse 7 do 4?"
"Sim, 7 do 4!! Às 13h30!! É daqui a bocado e ninguém me diz nada!!"
"A senhora está a fazer confusão. 7 do 4 não é hoje."
"Ai não??! Então é quando!? Posso saber?!?"
"Pode, claro. 7 do 4 é daqui a precisamente um mês."
"O quê????! Um mês???! Desculpe, mas dia 7 é hoje!!"
"Sim, efectivamente, hoje é dia 7, mas hoje é dia 7 do 3."
"7 do 3??! Não entendi!"
"Eu explico: Janeiro é 1, Fevereiro é 2, Março é 3 e Abril é 4, logo o seu julgamento é em Abril, entendeu? O mês de Março é o 3 e não o 4, o 4 é o Abril."
"Aaaahhh, é capaz de ter razão..."
"Tenho razão sim, fique tranquila. Só por isso ainda não lhe dissemos nada. Não está esquecida, não se preocupe. Precisa de mais alguma coisa?"
"Oh! Agora já não!"
"Qualquer coisa esteja à vontade, ligue ou apareça."
"Tá bem!"
"Tenha um bom dia então. Com licença."