Nunca fui dado a corridas, pelo menos sem bola. Essa é a verdade. Com a bola nos pés perdia e perco a noção do tempo, esqueço-me que os relógios e os compromissos existem. As corridas para mim eram fins de tarde do verão, mas nada que me roubasse muito tempo. Vinte minutos, mais coisas menos coisa. O certo é que na vida tudo muda e a minha relação com a corrida mudou em maio, na meia maratona do douro vinhateiro. Foi a primeira vez que me inscrevi numa prova deste género. Participei na mini maratona, ou seja, corri seis quilómetros. Mais que isso, fiquei a entender, coisa que nunca tinha entendido, que há gente que realmente ama a corrida, o correr só por correr, o galgar metros a fio na terra e no alcatrão e a partir desse dia comecei a correr, sozinho e acompanhado, sempre com o objectivo de tentar melhorar, acima de tudo distâncias. Fui testando o meu corpo e a minha capacidade de sacrifício.
Quando ultrapassei a barreira dos seis quilómetros senti-me muito bem, nunca pensei que algum dia a ia ultrapassar. Sou sincero. Mais tarde cheguei aos oito mil metros. Há quinze dias fiquei muito perto dos doze quilómetros e ontem, na corrida de São João, no Porto, com o meu primeiro dorsal, atingi a marca dos quinze quilómetros. Ainda longe de uma meia maratona. Sim, porque parecendo que não, ainda falta um bocadinho e esse bocadinho requer preparação. Não sei se algum dia irei conseguir.
Ontem, pelo que soube, estavam dez mil pessoas, um ambiente fantástico e uma organização, verdade seja dita, maravilhosa. Não faltou nada. Nada mesmo. O percurso foi, todo ele, feito à beira da água, com o rio e o mar sempre a acompanhar a corrida daquela gente toda. Chegar à linha da meta foi para mim uma sensação maravilhosa e saber que o consegui fazer a uma velocidade que nunca tinha feito só aumentou o orgulho que senti naquela hora. Poucos minutos depois de terminar a corrida recebi uma mensagem no meu telemóvel a felicitar-me pelo término da prova, a informar-me do tempo que precisei para concluir o percurso e a dizer-me que antes de mim tinham chegado três mil duzentas e oito pessoas. O mais importante, e que era o objectivo principal, foi ter terminado a prova.
É importante que se diga, pelo menos é a minha opinião, que nesta coisa do correr e do tentar melhorar distâncias as aplicações para os telemóveis são bastante importantes. Eu uso o Nike Running, mas há muitas mais. Incentivam e orientam quem corre. Aconselho o uso das mesmas. Para além disso, e como é óbvio, o material a usar também é preponderante, essencialmente o calçado.
A corrida para mim tem validade, em Agosto começa a minha nova época futebolística, mas este verão serviu para eu entender que é realmente possível as pessoas apaixonarem-se por este desporto.
Finalmente entendes....
ResponderEliminarFrederico Lopes