terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Natal sem luz

Vinte e cinco horas sem luz. Desde as dez horas da manhã do dia vinte e quatro, dia de consoada, até às onze horas do dia vinte e cinco, dia de Natal. Foram assim as minhas festas natalícias. Com a luz do dia, quando havia, e, à falta da luz solar, com velas e lanternas.
Foi um Natal diferente que serviu para verificar que nós sem luz não deixamos de ser quem somos, nem deixamos de fazer o que mais precisamos. Fomos fartos à mesa, enchemos a casa de amor, os sentimentos que estiveram em cada uma das cadeiras eram puros e, no fundo, a falha grave de quem fugiu das suas responsabilidades, serviu para nos unir ainda mais e para nos mostrar que quando estamos com quem amamos somos felizes, seja de que maneira for e em quaisquer que sejam as condições.
Não irei esquecer esta consoada, onde o calendário recuou muitos e bons anos, onde eu senti que realmente vivemos no mundo de quase total dependência da electricidade, mas que, e verdade seja dita, esta não é tão essencial quanto se julga. Vive-se na mesma, com calor de quem se gosta, na companhia de uma lareira, perto de uma mesa farta e, acima de tudo, com saúde. Tendo saúde temos tudo.
No vinte e quatro e no vinte e cinco estive com quem amo e isso é bem mais importante que quanto electricidade há no mundo.

Sem comentários:

Enviar um comentário