quinta-feira, 15 de março de 2012

Acidente na Suíça

Eram crianças que respiravam os seus primeiros ares. Tinham doze primaveras às costas. Só doze. Eram projectos de homens e mulheres. Queriam crescer saudáveis ao lado dos que os amam. Tinham conquistas prometidas. Iam ser felizes para sempre.
Foram à neve. Todos juntos. Felizes e inocentes. Eram colegas de carteira e amigos de coração. A viagem deles só teve partida, a chegada ficou adiada eternamente. Foram engolidos pela frieza da vida, essa maldita que tem tanto respeito pelos inocentes como pelos culpados.
Estes inocentes, que agora só respiram em imagem congeladas, não mereciam este abafo repentino. Os progenitores e respectivas famílias de cada um deles não mereciam o peso da dor que vão carregar até ao último dos seus dias. O verbo viver quando conjugado para crianças nunca poderia ser feito no seu pretérito.
Que as almas das vinte e duas crianças e dos seis adultos que ficaram nas latas daquele autocarro descansam em paz.
A vida é tão justa que acaba sempre por ser adjectivada de injusta. E merece-o!

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