sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O meu Natal

Foi farto em amor, paz, saúde e alegria.
As palavras acertadas do meu irmão fizeram com a ceia começasse com olhos molhados. Ninguém passou ao lado do seu discurso. Ninguém. De forma resumida mas incisiva fez-nos recordar episódios que podiam fazer com fossemos menos à mesa. Com a graça de Deus e a nossa união estávamos todos, é certo, mas as dificuldades devem ser lembradas. São elas que nos tornam mais fortes e são também elas que dão valor a coisas que normalmente são banais.
O jantar foi feito em harmonia, com a mesa farta em comida e doçaria. Foi, portanto, uma tal dieta. É importante que não hajam duvidas nesse aspecto.
Antes da meia noite tivemos que abrir as prendinhas da criançada. Os meus dois anjinhos já não aguentavam a ansiedade e, afinal de contas, esta época é mais deles do que de qualquer dos adultos presentes. Fartaram-se de rasgar papeis de embrulho, de arrancar laços e de gritar. Foi um fartote.
Depois disso houve torneio da sueca, onde os mais novos brilharam. Infelizmente no dia a seguir vingaram-se os mais velhos e nós saímos derrotados. Importa dizer que a experiência dos mais velhos em jogadas manhosas foi essencial para a vitória deles. Isto tinha mesmo que ser dito.
À meia noite, como manda a tradição lá em casa, foi hora dos graúdos abrirem os presentinhos deles. Foi uma panóplia de desejos concedidos. Os meus foram praticamente todos concedidos. Fui, por instantes, criança outra vez. Aproveito para agradecer a todos os que contribuíram para esta minha alegria infantil. É bom recuar no tempo, nem que seja uma só noite por ano.
Por volta das duas horas da manhã larguei o ambiente familiar e foi ter com a malta. A tradição foi mais uma vez cumprida. Fogueira no meio da rua e três ou quatro dezenas de pessoas à volta dela. Entre gargalhadas e conversa lá passaram umas horas de qualidade superior. Sabe sempre bem rever amigos de sempre que por uns e outros motivos estão longe. A cumplicidade mantém-se e isso é o que realmente importa. Que para o ano lá estejamos todos outra vez.
O dia vinte e cinco foi caseiro, tranquilo e com muito sofá, lareira e conversa à mistura.
Foi, em jeito de resumo, o Natal que eu desejava, rodeado por pessoas que amo e que só me querem bem. Quando assim é só posso pedir mais destes. Muitos mais.

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