Ontem presenciei a dor de quem perdeu uma mãe. Mais um amigo que perdeu o porto de abrigo. Vi, de novo, alguém que me diz muito cair de costas no chão gelado da vida.
Corações dilacerados, gritos de dor, abraços descontrolados e uma muralha de dúvidas. Era assim o estado de cada um dos filhos. Seis almas entregues a um desespero chocante.
O meu abraço, que era o que tinha, não chegou. As minhas parcas palavras caíam em saco roto e voavam nos braços daquela tristeza desmedida. O choro que eu tinha era deles que perderam o ser que lhes deu a vida e que os criou. Senti-me pequeno, inútil e incapaz.
Não há amizade, nem amor, nem nada que ajude a curar uma ferida destas dimensões. E eu que dava tudo o que tenho para curar a dor de cada um deles, deles e todos os meus amigos que perderam as mães. Dava mesmo, de coração.
Hoje, depois de acordar, ao ouvir uma coisa tão banal - perdoa-me o adjectivo mãe - como a voz da minha mãe pensei que não lhe dou o devido valor, mesmo tendo a certeza que a amo mais a cada dia de passa e não há parte nenhuma desse amor que não seja incondicional.
Mãe, amo-te e amar-te-ei para sempre!! Para ti esta música.
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