Ontem visitei cada um dos que fizeram parte da minha vida. Ainda fazem, é certo, mas de forma diferente. Vale de Nogueiras, Constantim e Mouçós guardam na terra pedaços de mim e eu visito-os todos os santos anos, religiosamente.
Aproveitei a data e a ocasião para ver um pouco além do que mexe comigo, quis visitar aqueles que, sem terem a importância dos meus, não deixaram, de uma maneira ou de outra, de fazer parte da minha vida.
Ver as fotos de quem já conviveu comigo, independentemente da quantidade da convivência, coladas a pedaços de mármore é realmente incomodativo. Isto de andar na estrada da vida sem a mínima noção da localização da placa fim é assustador.
Há uns anos eu entrava num cemitério e não conhecia ninguém pessoalmente, apenas lá vivia gente de quem eu já ouvira falar, hoje não. Hoje para além dos meus familiares e do meu amigo, vejo gente conhecida e familiares de amigos, familiares próximos, mães e pais de pessoas com o mesmo tempo de vida que eu ou menos, familiares esses que um dia fizeram, mesmo que ao de leve, parte do meu dia a dia.
Por fim, a última data gravada nas pedras de mármore, que, para além de nos mostrar o último dia de cada um dos fiéis defuntos, faz-nos ter noção de que o tempo não brinca, voa mesmo.
Cada dia é uma dádiva, aproveitemo-los a todos, sem excepção.
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