Conheci o Michael Phelps em Agosto de 2008. Estava eu de férias na ilha de Lanzarote e sempre que podia via os Jogos Olímpicos que naquele ano decorriam em Pequim. Quando dei de caras com este nadador prometi a mim mesmo que iria ver todas as provas em que ele participasse. Assim foi. Vi-o ganhar oito medalhas de ouro. Tantas quantas as tentativas. Que venha outro fazer o mesmo. Que venha!
Agora, em 2012, Phelps pulverizou tudo o que eram records e reformou-se, o que com vinte e sete anos deve ser maravilhoso, com vinte e duas medalhas no bolso. Duvido que mais alguém, um dia, consiga este feito. Duvido não, não acredito mesmo.
Muitos são os que tentam arranjar explicação para este sucesso todo. O corpo, o jeito e outras justificações já foram atiradas ao ar, mas a base deste sucesso é a base de todos os outros: trabalho. Muito trabalho. E ponto final. Este americano treinou durante cinco anos, dez horas por dia, todos os dias, e quando digo todos os dias é mesmo todos os dias, são mil oitocentos e vinte e cinco dias de trabalho intenso, para se preparar para Pequim. Trouxe oito medalhas de ouro do Oriente, é verdade, mas para isso deixou de ter vida. Poucos teriam essa força de vontade, por isso ele faz parte de uma elite e nessa elite talvez ele esteja no topo. Tem o dom, é certo, mas isso não lhe bastaria.
É um privilégio para nós, amantes do desporto, vivermos na era de Michael Phelps. Um dia, quando tivermos filhos e netos, vamos tentar explicar-lhes quem e como era este americano que guarda as suas medalhas embrulhadas numa t-shirt velha e nem sabe de uma delas. Segundo ele, "deve estar lá por casa". Conquistou o mundo, mas contínua a achar-se o tipo mais normal da rua dele.
O Phelps não é um homem que nada bem, é um peixe que aguenta muito tempo fora da água.
O Phelps não é um homem que nada bem, é um peixe que aguenta muito tempo fora da água.
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