quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Hulk,

antes de mais quero dizer-te que eu não quero saber dos milhões. Sou adepto do clube, não administrador. Eu quero é gritar golo, aplaudir vitórias e festejar títulos.
Na bancada ou em casa, em quatro anos, vi-te ganhar três campeonatos, três taças de Portugal, três supertaças e uma Liga Europa. Sim, tu ganhaste tudo isto. Levaste a equipa às costas. Nunca caíste ou baixaste a cabeça, nem mesmo quando ouvias um som diferente dos aplausos a sair das tuas bancadas. Os que te assobiavam eram os mesmos que nos momentos de aflição rezavam para que tu resolvesses os problemas da equipa e tu resolvias quase sempre.
Lembro-me do teu primeiro jogo no campeonato português e, por conseguinte, do teu primeiro golo. O Dragão olhava para ti de lado, vinhas da segunda divisão japonesa, ninguém te conhecia e não foste barato. Entraste e passado pouco tempo recebeste a bola à entrada da área, de costas para a baliza, rodaste, ajeitaste para o teu pé esquerdo e obrigaste a bola a bater na trave antes de balançar as redes. Foi a primeira de muitas das tuas bombas.
Foste sempre enorme, tiraste da cartola jogadas mágicas, remataste sem dó nem piedade para as balizas adversárias e nunca te vi cansado. Nunca. Não me recordo de te ver dobrado a respirar ofegante. Eras uma força da natureza vestida de azul e branco. Já muitos vestiram a pele do Dragão, mas nenhum como tu. És e serás sempre O Incrível.
Foi com a braçadeira de capitão no braço esquerdo, o carimbo de campeão no meio do peito, bem ao lado do símbolo do nosso clube, e com uma bomba na baliza do adversário que nos disseste adeus. Foi o adeus merecido. Para ti e para nós adeptos.
Em quase três dezenas de anos de vida só comprei uma camisola do meu clube, tem o número doze por baixo do nome de um herói da banda desenhada. Obrigado, Hulk. Por tudo. E até já.

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