Em prol da luta contra o desperdício e a ineficiência, o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida defende que o Ministério da Saúde pode e deve limitar o acesso aos medicamentos mais caros para tratar doenças como o cancro e a sida. Miguel Oliveira da Silva, presidente deste órgão afirma que "não só é legitimo como, mais do que isso, desejável" e vais mais além, ao questionar se "mais dois meses de vida, independentemente dessa qualidade de vida, justifica uma terapêutica de 50 mil, 100 mil ou 200 mil euros".
Isto já nem uma questão política, é uma questão humana e saber que neste país entidades com uma importância sem medida estão entregues a bichos, desculpem o termo, mas é o que realmente são, é mais do que assustador.
Pena é que ninguém questione o infinito número de carros de luxo usados pelos nossos políticos, os ordenados chorudos de quem administra empresas estatais, a qualidade de vida de quem governa este país e os "tachos" que todos os dias aparecem num fogão que nunca é o do povo. Isso sim é desejável.
Se um dia questionassem a vida de ricos que os políticos de um país pobre vivem e, melhor, se um dia terminassem com estes luxos desnecessários e desonestos eu tenho a certeza que haveria dinheiro para cuidar de quem vê a vida fugir-lhe por entre os dedos, de quem sofre numa cama de um hospital durante as vinte e quatro horas de cada dia e de quem tem dores pelo corpo todo, da pele até aos ossos.
Sempre ouvi dizer que a vida não tem preço, mas para Miguel Oliveira da Silva tem. Tem porque ele sabe que gastariam o que fosse preciso para que ele durasse o máximo de tempo possível caso estivesse prostrado numa cama de hospital e quem vive encostado a esse conforto sente-se no direito de abrir a boca em público para dizer as palermices que ele disse. Pode até sentir-se no direito, mas não o tem. Não mesmo!
A vida não são números. A vida são sentimentos, olhares, toques, sorrisos, abraços, beijos, lágrimas e sorrisos. A vida são coisas que valem muito, mas mesmo muito, mais que 50 mil, 100 mil ou 200 mil euros.
Por mim este senhor e todos os que navegam no mesmo barco de pensamentos que ele ainda hoje estariam sem emprego.
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