Criei o meu primeiro perfil no facebook há muitos anos. Em dois mil e cinco, talvez. Não me perguntem porquê. Certo é que no mesmo dia que o criei também o desactivei. Ninguém tinha e eu pouco ou nada entendia daquilo. Passados uns anos, quando já nem me lembrava que tinha tido vida no facebook, dei conta que o meu ficheiro já existia naqueles arquivos. Apercebi-me disso quando inseri o meu e-mail e a minha password habituais para a criação de uma suposta nova conta e surgiu a antiga. Era assim na altura e é assim hoje. A conta falecida renasce ao inserirmos os dados antigos.
Pois bem, de dois mil e nove criei um perfil d'O Olho Vivo, contudo os senhores do facebook acharam por bem eliminar-me e obrigar-me a criar uma conta pessoal. Assim fiz e de dois mil e dez até agora o meu perfil respirou todos os dias, sem interrupções, até ao último sábado, dia em que o desactivei. Depois de me ver obrigado a ter uma conta com o meu nome e o meu rosto eu criei uma página para quem quer estar a par das publicações deste blog e uma outra para quem quer seguir a marca de roupa que entretanto nasceu com o mesmo nome deste espaço. O objectivo principal do meu perfil naquela rede social era o administrar das duas páginas de que vos falei agora mesmo, porém, e como é normal, acabei por usar o facebook para encontrar velhas amizades e para conversar com gente com quem não estou normalmente. Nesse aspecto este mundo virtual é saudável. Reacende amizades e promove encontros que o tempo evita. É nisto e comercialmente falando. São os dois aspectos positivos da máquina de fazer dinheiro de Mark Zuckerberg.
Certo é que com o passar do tempo eu comecei a ver que o facebook era cada vez mais uma perda de tempo. Inconsciente, é verdade, mas uma perda de tempo. Gerir as minhas páginas era saudável e pouco tempo ocupava, mas a página pessoal fazia-me prender ao computador ou ao telemóvel e gastar minutos e horas que eu acho, muito sinceramente, que podem ser gastos de uma forma bem mais saudável. Ganhamos o hábito de entrar nesta rede social e nem nos apercebemos disso. Os comentários, os gostos, as fotografias, os vídeos, as notificações, os convites de amizade e as mensagens acabam por nos roubar uma parte da vida que não deve ser gasta à frente de um ecrã. Não estou a ser politicamente correcto, estou a ser sincero. Se todos nós pensarmos nisto com calma vamos chegar à mesma conclusão. Experimentem fazê-lo e depois digam-me alguma coisa.
Hoje tenho um perfil vazio de dados, de fotografias e de amigos. Tenho-o porque sou obrigado a ter um para poder gerir as páginas d'O Olho Vivo, a do blog e a da marca. Nada mais.
Agora cada um vós pode dizer-me que se todos pensassem como eu as páginas que administro deixariam de fazer sentido e é a mais pura das verdades, mas acreditem que há formas de contornar a situação e lembrem-se que as páginas do que quer que seja que existem no facebook só são uma realidade porque os perfis criados são cada vez mais e nunca o contrário.
Passaram, desde que desactivei a minha conta, seis dias e tenho a dizer-vos, do fundo do meu coração, que ainda não senti falta nenhuma do facebook. Esta é a verdade, não é uma frase que parece bem.
A propósito deste mundo virtual ou desta rede social, como queiram, li uma frase deveras interessante e que nos faz pensar. Desconheço o autor, mas o mesmo diz-nos que o facebook é como uma prisão. Estamos sentados, perdemos tempo, temos foto de perfil, escrevemos em paredes e interagimos com pessoas que nem sequer conhecemos.
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