Obrigado rapazes!!

É com orgulho que num curto espaço de tempo vejo o meu clube qualificar-se para mais uma final europeia. Dois mil e três em Sevilha, dois mil e quatro em Gelsenkirchen e dois mil e onze em Dublin. Estas são as datas e os locais de uma memória recente. Para trás há mais e todas elas históricas.

Tenho orgulho em ser portista. Não só hoje como sempre. Este ano o FC Porto tem-me dado alegrias atrás de alegrias. Durante a semana e ao fim de semana. Na Supertaça, no campeonato, na Taça de Portugal e na Liga Europa. É muita emoção para uma só época.

Depois de Mourinho eu julgava que isto não mais seria possível, pelo menos tão cedo, mas André Villas Boas provou-me o contrário. Ele e os jogadores. Villas Boas é, para mim e como dizem os italianos, um Mourinho refinado. Pode até não dar em nada, coisa que eu duvido, mas estas páginas douradas têm a assinatura dele e eu como portista que sou agradeço-lhe.

O Mestre André revolucionou um plantel que parecia amorfo, pegou em jogadores que eram dispensáveis e fez deles titulares absolutos, mais, criou neles uma vontade e um querer sem limites, nada os parece afectar. O futebol que a equipa pratica é obra do treinador. A bola quando rola junto à relva parece que se trata de uma sinfonia. Um, dois, três toques por jogador, mais do que isso é quase mentira. Um futebol atraente, apaixonante, com golos, com raça, com querer, com vontade, com profissionalismo, com honra, com dignidade e com muita humildade. Villas Boas fez desta equipa uma família, que é aquilo que uma equipa de futebol tem que ser se quiser ter sucesso. Uma família que chora de mãos dadas, que corre lado a lado, que vibra abraçada e que vence porque tem que vencer, porque sentem que é esse o destino deles.

Esta época tem sido na sua totalidade quase que perfeita. Em Portugal e por essa Europa fora. Eu vi cada jogo, eu sofri todos os minutos, eu vibrei com cada golo, eu suspirei com cada erro, eu estive no estádio em quase todos os jogos, mas este ano, ao contrário de muitos outros, eu nunca deixei de acreditar na equipa, a esperança esteve sempre do meu lado, mesmo nos piores momentos e eles, jogadores e equipa técnica, nunca me desiludiram. Eu senti-me um deles.

Por isso o meu obrigado. É pouco, eu sei, mas é o que tenho para cada um deles.

Obrigado rapazes!!