sexta-feira, 19 de setembro de 2014

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Marinho Pinto, o verdadeiro

A entrevista de quem diz que um "salário de 4.800€ não permite padrões de vida muito elevado em Lisboa" está aqui. Façam o favor de a ler. É sempre bom conhecer aquele que muitos apelidaram de justiceiro e de dono da verdade. Percam um pouco do vosso tempo e no fim digam-me se é deste tipo de pessoas que o nosso país precisa. Eu, infelizmente, já o conhecia, mas para todos os que defendiam enquanto ele se cobria de cinismo e hipocrisia fica a apresentação do verdadeiro Marinho Pinto.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Cancro,

vou tratar-te por tu porque nós, infelizmente, já temos uma história.
Conhecia-te de nome, nunca tinha privado contigo, até que um dia resolveste aparecer, sem ser convidado, como é teu costume, e eu fui obrigado a ter-te na minha vida, nos meus dias e nas minhas noites. Sim, nem na hora do descanso me largaste, eu tive que dormir contigo ao meu lado, acordar e ver-te lá, no mesmo sitio onde estavas quando eu me deitei. Lembras-te? Aposto que não. São tantas as camas em que te deitas, por que razão haverias tu de te lembrar da minha? Lembro-me eu. E bem! A minha cama virou um berço porque eu, homem feito, virei um bebé. Eu estava indefeso, sem chão, de mãos dadas com o desespero, nos braços da agonia e com o peito esmagado pela dor. E mesmo assim, tu, não te inibiste de estar ali, a olhar-me nos olhos, durante cada segundo do meu dia a dia, a dar gargalhadas de vitória, enquanto eu chorava prostrado diante de ti e te implorava para ires embora. Propus-te uma troca, ofereci-te a minha vida, disse-te que a levasses, mas que deixasses as daqueles que eu amo. Ignoraste-me. E tudo foi como tu quiseste. Tudo!
Deste luta, mas acabaste por partir, desgostoso, acredito, por não teres o que querias, mas foste e espero, por tudo o que de mais sagrado tenho, que tenhas ido de vez. Não me ri, nem mesmo quando viraste costas, porque sei, e essa é a mais importante das armas, que tu és mais forte que qualquer um de nós. Sei quanto vales e até onde podes ir. Sei também que por muito que lutemos tu nunca irás perder, podes é desistir e depois disso a nós resta-nos rezar e pedir a Deus que evite o teu regresso.
A tua maldade não tem limites e isso é assustador. Tu não escolhes idades, tu tanto atacas um homem como uma mulher, tu desafias os adultos e os idosos, e pior, és capaz de querer medir forças com uma criança. Uma criança, porra! Com poucos anos, algumas com meses, e até mesmo com semanas ou dias de vida. Páginas de uma história que está ainda em branco, que nem o "era uma vez" tem, e tu nem tempo lhes dás para sonhar. Porquê? Que mal te fizeram essas crianças para as arrastares pelas ruas do sofrimento? Tem vergonha! Cada pessoa que tu arrastas, seja ela quem for, não rasteja sozinha, vai de braço dado com a mãe, o pai, a mulher, o homem, o filho, a filha, o irmão, a irmã, o amigo, a amiga, um universo infinito de gente que sofre, que tem uma dor que não é física, mas que dói tanto que mais parece.
Nem te devia dizer, provavelmente regozijas-te com isso, mas contigo presente tudo deixa de fazer sentido. A vida perde cor. O dia a dia é um fardo demasiado pesado. Os que atacas, caem numa cama, e os outros, os que amam quem cai, andam de pé, mas no fundo estão deitados, deitados aos teus pés a pedir-te, por tudo, para os deixares viveres outra vez. Só mais uma vez.
É estranho o que te vou segredar, mas é verdade, é a tua presença que muitas vezes nos mostra quão boa a vida é. Sabes porquê? Porque és tu, meu maldito, que nos mostras que todas as pequenas coisas da vida são boas, até aquelas que nós intitulamos de más. É contigo que entendemos que um arrufo de amor, uma chatice no trabalho, um toque no carro, um telemóvel partido, um emprego perdido, um divórcio, um estalo, um insulto, uma ameaça, uma despedida, uma distância, sei lá, uma série de coisas, daquelas que tantas vezes no atormentam, não valem nada. Rigorosamente nada! Porquê? Porque importante mesmo é estarmos rodeados de gente que nos ama, gente que realmente nos quer bem, gente que ri só porque nos vê rir, gente que chora connosco mesmo sem saber o motivo, gente que exulta com as nossas vitórias, gente que nos dá a mão quando caímos, gente que gosta de nós como somos, cheios de defeitos e com muitas virtudes, gente que sente de coração cheio, sem falsos moralismos, sem cinismos, gente que nos olha nos olhos e, mesmo em silêncio, nos diz aquilo que realmente nós queremos e precisamos de ouvir.
Sabes, cancro, tu és terrível, tens uma força desmedida, és aquele que vence quase sempre, mas não tens o brilho da vida. Não, não tens. Não tens e nunca vais tirar. A vida será sempre mais que tu, independentemente do teu tamanho.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Citius

Eis o primeiro dia do novo ano judicial.
Viva Portugal!