terça-feira, 25 de agosto de 2015

Refugiados

Ninguém está livre de um dia ter que pagar centenas ou milhares de euros pela sua própria morte. Amanhã podemos ser nós, com o pouco que nos resta, a implorar a um traficante de pessoas que nos deixe entrar num barco frágil, sem o mínimo de higiene, sobrelotado e com total ausência de mantimentos, isto porque a última coisa que temos é a esperança não de viver, mas de sobreviver.
Ninguém está livre de um dia ter que pagar para alimentar bocas que não são suas. Amanhã podemos ser nós a ter que partilhar com estranhos um espaço que é nosso, a ter que contribuir, com o pouco que temos, para que um desconhecido sobreviva, a ter que, de certa forma, condicionar o nosso viver para que outros possam sobreviver.
Nunca digas desta água não beberei. O caminho é longo, podes ter sede.

1 comentário:

  1. Vossa Excelência tem razão! Mas também é preciso conhecer as raízes do mal!Ao mesmo tempo que as aldeias rurais quase só existem nas memórias dos seus derradeiros habitantes, o mundo vai-se transformando numa única e imensa aldeia, onde o meu vizinho tanto é o chinês que come arroz com dois pauzinhos, como o esquimó que se protege do frio no interior da sua habitação de gelo, ou o senhor Ferrão, do segundo esquerdo, que não sabe que as duas da manhã não são horas para ouvir rádio no volume máximo!
    O sofrimento, e a morte !..., dos refugiados que, nos últimos dias, têm estado debaixo dos focos mediáticos, toca-nos a todos – não podemos ignorar !, tal como nos alertava Sophia de Mello Andresen.
    As reflexões seguintes procuram esclarecer muita gente, enganada e inocente, que não sabe que por trás das declarações tonitruantes dos representantes políticos da alta finança e da indústria das armas de destruição maciça escondem-se as mentiras e maldades abjetas daqueles que provocaram esta tragédia humana dos refugiados. A minha esperança está na bondade das ideias racionais que defendo e quero partilhar com milhões de pessoas, através da internet, na certeza de que o amor, sendo mais forte do que o dinheiro e o armamento pesado de uma minoria insignificante e má, impedirá para sempre a loucura da guerra!
    Temos de voltar aos Açores, ao ano de 2003, quando um Cherne recebeu na Base das Lajes três estadistas: Bucho, Bleizer e Asno. Ficou então decidido, pelo americano, que o Iraque devia desaparecer da face da Terra porque, por um lado, os iraquianos eram maus como as cobras e, por outro lado, o seu petróleo era melhor do que o milho!
    Depois é o que todos já sabem: não ligaram aos apelos de paz do Sumo Pontífice, fartaram-se de matar a tiro e à bomba pessoas que apenas tinham cometido o “crime” de serem iraquianos, destruíram o estado mau e no seu lugar colocaram os fantoches traidores que governariam o novo país. Como seria de esperar, a anarquia instalou-se imediatamente e hoje os iraquianos humilhados e desesperados matam-se uns aos outros. As tais armas químicas de destruição maciça, essas, nunca foram encontradas – afinal não passavam de um mero pretexto!
    O peixe graúdo e os seus três amigos, quais jogadores alcoolizados de taberna, continuaram a divertir-se, ao longo dos anos seguintes, assistindo ao efeito dominó, desencadeado com a destruição do Iraque, da queda em catadupa da Síria, da Líbia, do Egito e de outros países, todos por mera coincidência mal governados por ditadores cujo atraso mental ia ao ponto de apoiarem moralmente o povo oprimido da Palestina!
    Os primeiros responsáveis pela hecatombe vêm agora, com lágrimas de crocodilo, pedir a países miseráveis como Portugal, que eles classificam abaixo de lixo, que contribuam com boas casas, alimentação e muito dinheiro, obviamente, no acolhimento condigno dos refugiados vítimas das suas armas e do seu dinheiro sujo!
    Como eles é que mandam, Portugal pode vir a ser obrigado a receber dois ou três milhões de migrantes forçados, a instalar numa faixa litoral com 12 km, entre Caminha e a Figueira da Foz. Então, sim, a nossa sociedade será realmente mais rica, pelo menos no que diz respeito à multiculturalidade, acabando de vez com a supremacia do cristianismo, à multietnicidade e à multi-imbecilidade, também!...
    Num mundo decente, todos os refugiados teriam direito a usufruir de corredores aéreos que os fariam chegar às terras onde vivem à grande aqueles que os obrigaram a abandonar os seus lares, como o estado de Nova Iorque, onde o dinheiro não falta, ou o estado do Alasca, onde o que não falta é espaço!

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