quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Amigo,

hoje o chicote da vida bateu-te nas costas. O teu pai foi embora. Só tu sabes o quanto dói. Só tu. Sofre, tens esse direito, mas lembra-te que ele foi para melhor. Sim, para melhor. Estava a sofrer como ele não merecia sofrer e nenhum de vós, pessoas que são dele, mereciam a partilha desse sofrimento. Dizias-me tu, ainda com ele vivo, que nem um animal merecia aquele sofrimento. Ó amigo, a crueldade das tuas palavras espelham uma dor desmedida. O teu pai não a merecia.
Ele foi descansar orgulhoso de ti, que duvidas não restem. Eu sei que esta luta nunca vos viu as costas. Ele lutou enquanto teve forças e teve muitas, amigo. E tu, como é teu apanágio, estiveste lá, corajoso como sempre, capaz de virar o mundo do avesso, choravas sozinho, acredito eu, e ainda tinhas tempo de sorrir para os amigos. Demonstrando, portanto, uma força que poucos conseguem ter. Tu tens, há uma vida que sei disso, mas não sei quantos mais conheço que têm essa tua força. Se calhar nenhum. 
Sabes, agradeço a Deus ter um amigo como tu, um amigo que me chama irmão, um amigo que me mostra que a honestidade dos sentimentos vale mais que tudo o resto. Muito mais! E, acredita em mim, hoje a vida magoou-te, mas ela vai-te recompensar, tenho a certeza. Deus não dorme.
O teu pai vai descansar em paz e orgulhoso. Filhos como tu já quase não existem.

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