terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Eu alérgico

Nunca me conheci como alérgico ao que quer que seja. Até à passada quinta-feira.
Na quarta comprei e tomei medicação para a tosse. Na quinta andei que nem um cão com a sarna, com uma comichão que parecia não ter fim e o corpo cheio de bolhas. Este martírio, que foi o coça coça, deu-me direito a injecção nas veias, nova medicação para a tosse e mais uns químicos disfarçados de cápsulas para travar a tal comichão. Tudo passou. A sexta-feira foi o voltar à normalidade e ao acreditar que tudo não tinha sido de uma reacção alérgica sem qualquer valor e, acima de tudo, passageira. Pensava eu. Sábado acordo com olhos de sapo, inchados, e os lábios que mais pareciam os da Beyoncé. Lá fui eu, todo sexy, para as urgências. Mais uma injecção nas veias, uma nova troca de medicamentos e tudo voltou ao normal. Pensava eu. Domingo à noite reparo que estou malhado que nem um dálmata. Não, não eram malhas pretas, mas sim vermelhas. Sem comichão, o que, parecendo que não, torna as coisas bem melhores. Desta vez resisti e não fui ao hospital. As manchas passaram e eu deitei-me sossegado. Segunda-feira de manhã acordei e vi que tinha novamente umas manchas vermelhas na pele, mas nada de grave. Eram poucas, suportavam-se bem e aquilo, passadas umas horitas, desapareceu. Tudo resolvido. Pensava eu. Hoje acordo e vejo que tenho um olho, só um, que parece que se portou mal e levou um soco, está, portanto, inchado e agora em vez de ficar com lábios sexys fiquei com uma bochecha, só uma, igual à de um hamster depois de armazenar comida.
É este o meu novo eu. Alérgico não sei ao quê.

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