quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Primeiro julgamento

Três de outubro de dois mil e treze. Quinta-feira.
Eu, com a toga vestida, na bancada dos advogados tive direito à palavra.
A ansiedade esteve mais presente no dia que antecedeu do que no próprio dia. Os nervos, não me perguntem porquê, não estiveram comigo. O batimento cardíaco apenas acelerou quando a Doutora Juíz proferiu o "tem a palavra, Senhor Doutor". Eu agradeci e comecei a interrogar a testemunha. A minha primeira testemunha.
Passadas duas horas de julgamento, e sem mais testemunhas para ouvir, sugeriu a Doutora Juíz que se fizessem as alegações. Ninguém se opôs. Alegou a Procuradora do Ministério Público, alegou a colega presente e, por fim, aleguei eu. De pé, olhos nos olhos com quem decide, disse o que pensava, defendi quem representava e coloquei um ponto final naquele que foi o meu primeiro julgamento a solo.
Terminados os formalismos levantei-me da minha cadeira para cumprimentar a Doutora Juíz e a Procuradora do Ministério Público. Aproveitei para lhes transmitir que aquela tinha sido a minha primeira audiência de julgamento e foi com agrado que denotei desconfiança da parte de ambas em relação a este facto. Por fim, já convencidas, desejaram-me a melhor das sortes para o futuro.
Haja o que houver, aconteça o que acontecer, esta é uma página do livro da minha vida que ninguém poderá arrancar. Aconteceu, eu cheguei lá e hoje posso gritar ao mundo que consegui. Deu trabalho, muito trabalho, mas valeu tanto a pena.
A todos os que lutaram, sofreram e vibraram comigo, o meu eterno obrigado. Sem vós nada disto teria sido possível.

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