terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Cristiano Ronaldo

Bola de Ouro. A segunda. E é mais do que merecida. O homem teve um ano do diabo.
Não vou falar de números, nem de estatísticas, não. Nem vou falar do outro, do Ribéry. Esse é humano. Os outros dois não. O Ronaldo e o Messi são de outro planeta. Estes, mesmo sem saberem, dependem um do outro. A rivalidade que a imprensa e os adeptos, ou eles próprios, não sei, criaram é benéfica para ambos. Isto na minha maneira de ver, claro.
O português trabalhou para ser o melhor, o argentino nasceu com o dom. O primeiro teve que sofrer e sacrificar-se para atingir o nível fabuloso em que está. O segundo não precisou de melhorar, sempre foi assim, sempre teve aquele jeito e é fantástico.
O Messi já fintou meia equipa e fez golo, tal como fez o Maradona. O Messi já marcou um golo com a mão, tal como fez o Maradona. O Messi é mesmo muito parecido com o Maradona, o que, por si só, diz bem do talento do pequeno astro do país das pampas.
E o Ronaldo com quem se parece? Com ninguém! O Ronaldo é o Ronaldo. É o Cristiano Ronaldo. Ninguém corre como ele. Ninguém finta como ele. Ninguém chuta como ele. Ninguém cabeceia como ele. Ninguém bate os livres como ele. Ninguém faz nada como ele. É único.
A sua maneira de estar nem sempre me agrada, tem atitudes que muitas vezes não entendo, mas dentro do campo e como profissional de futebol é realmente impar. Trabalha como se não houvesse amanhã, mesmo sendo ele o melhor dos melhores e quer sempre mais, mesmo já tendo tudo. Todos os que com ele trabalham e trabalharam não deixam duvidas no que a isto diz respeito. A verdade é que Cristiano Ronaldo tem bem presente que o dificil, muitas vezes, não é chegar ao topo, mas sim mantermo-nos lá e esse é o truque para o seu sucesso. Os outros, os que se perdem pelo caminho, julgam que basta tocar o céu, mas não, não basta. É preciso lutar todos os dias, é preciso fazer de cada treino um jogo e de cada jogo uma final. Só assim se pode chegar ao píncaro.
E fora do campo o português carrega a sua família, tal como carrega a sua equipa, às costas. Uma atitude que eu pessoalmente valorizo. Não faz mais que a sua obrigação, muitos o dirão e bem, mas o certo é que poucos o fazem como ele. E a sua terra, a Madeira, o Funchal, merecem as suas visitas constantes, provando que as suas origens não são esquecidas. Isto vale o que vale, mas vale alguma coisinha, acreditem.
É assim o português que abriu as portas da história ao ser o único jogador nascido em Portugal com duas bolas de ouro conquistadas. Ambas com todo o mérito e com toda a justiça.
Para terminar quero apenas lembrar-vos que não precisamos de odiar o Messi para gostar do Ronaldo, nem vice-versa. Quem gosta de bola, quem ama o futebol e quem aprecia este espectáculo único tem mais é que gostar dos dois e dar-se por feliz, muito feliz, por poder viver na era destes dois extraterrestres.

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