segunda-feira, 31 de março de 2014

Isto, sim, é futebol

O médio do Dinamo de Kiev, Oleg Kusev, chocou violentamente com o guarda-redes do Dnipro e caiu no relvado inconsciente. Para piorar a situação a língua do internacional ucraniano estava a impedir a passagem de ar pela garganta, valendo-lhe a rápida intervenção do adversário Jaba Kankava, jogador do Dnipro, que acabou por lhe salvar a vida. Um gesto que prova que o futebol vai muito para além das quatro linhas e é bem maior que qualquer rivalidade.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Throttleman

O site está morto. As lojas fecharam. É mesmo verdade, a Throttleman acabou.
Tenho pena. Gostava da marca, do design e dos materiais usados.
O mercado da roupa ficou mais pobre.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Multibanco

Faz-me confusão ir a determinado sitio e não ter a possibilidade de pagar com cartão multibanco, obrigando-me, assim, a andar na rua à procura de uma caixa para levantar dinheiro. Principalmente em locais onde as quantias a pagar são quase sempre elevadas.
Aceito que não se queira ter, justificando-se os comerciantes com as taxas cobradas pelo serviço, mas o conforto, o bem estar e a segurança do cliente também deve ter algum peso na hora de abdicar deste serviço. Porque ser eu, enquanto cliente, a sair de um estabelecimento comercial, a andar na rua à procura de uma caixa multibanco para levantar dinheiro e voltar ao ponto de partida, desculpem que vos diga, mas não tem jeito nenhum. Ou evoluímos ou estagnamos. Agora que existem os serviços vamos prescindir dos mesmos porque nos cobram uma taxa? Estamos a falar, segundo sei, de sete cêntimos ou 0,2% sobre o valor da transacção, dependendo do que for mais baixo. O cliente não vale isso?
Já me aconteceu estar no balcão para pagar e não concluir a compra porque o serviço do multibanco ali não existia e vou fazê-lo mais vezes. Desculpem-me o egoísmo, mas eu não tenho que andar a percorrer ruas, que muitas vezes nem conheço, à procura de um dinheiro que é meu, mas vai deixar de ser, e sujeitar-me, depois do levantamento, a ser assaltado, por exemplo. Não tenho que correr esse risco.
Era de bom tom que quem recebe deixasse de pensar só na sua carteira e começasse a pensar em quem contribui para ela.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Um pedido

Faz-me muita confusão passar por pessoas que caminham, correm ou andam de bicicleta na berma de uma estrada vestidos de preto dos pés à cabeça, ou com roupas bastantes escuras. Será dificil sair de casa com uma roupa clara, pelo menos da cinta para cima? Já não digo para usarem roupas com reflectores, mas darem-se ao trabalho de escolherem peças claras era de bom tom. Isto ou um colete, que não custa assim tanto dinheiro quanto isso. Assim estariam a ajudar quem conduz e protegerem-se a vós próprios.
Quem vai para o mar prepara-se em terra, sempre ouvi dizer, por isso antes de sairem de casa para realizarem qualquer uma das actividades antes referidas tenham cuidado com o vestuário que usam. É o que vos peço.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Pai,

tu sabes que eu te amo, não sabes? Eu não to digo, mas tu sabes, não sabes? Não sou de falar, sou de escrever. Desculpa. Nunca to disse olhos nos olhos, em tom que permitisse que tu ouvisses. É verdade, nunca to disse. Já to escrevi vezes sem conta e repito: eu amo-te, pai. Em silêncio já gritei que te amo. Gritei com tanta força que quase fiquei sem voz. Em silêncio, pai. Em silêncio. Devia dizer-to todos os dias. De manhã, logo que te vejo, em vez do bom dia eu devia dizer que te amo. À noite, antes de me deitar, em vez do até amanhã eu devia dizer que te amo. E seriam poucas as vezes que o diria. Seriam bem menos que as que mereces. Não to digo, mas sinto, pai. Acredita que o sinto. Só Deus sabe o quanto te amo. Nem eu sei. Só Deus.
Há trinta anos que cuidas de mim, de manhã à noite, sem descansos, nem desculpas. Nunca estiveste ausente, nem mesmo quando eu estava longe. Nunca me largaste a mão, nem mesmo quando eu queria tudo menos ouvir os teus conselhos e os teus ensinamentos. Não me abandonaste, nem quando eu pensava que a vida eram dois dias, ou melhor, duas noites. Houve um tempo em que fui egoísta, em que me esqueci de ti, da mãe e de mim. Acima de tudo de vós. Nesse tempo eu era só eu. Eu vivia em função das minhas vontades parvas, convencido de que já era um homem, com a certeza de que quem bebe copos até de manhã e dorme até a lua voltar é um adulto, um ser independente. Desculpa, pai. Eu era tão pequeno, não de corpo, mas de mente. Depois, e contigo, sempre contigo, fui homem a valer, dediquei-me de corpo e alma à vida, sim porque o que eu tinha não era vida, e venci. Hoje digo-to, nunca no to disse, a minha alegria não foi vencer, não foi atingir aquilo a que me propus, não foi mostrar ao mundo que eu era capaz, foi poder dizer-te que eu consegui. A ti e à mãe. Era um objectivo meu, mas sei que também era teu. Era muito teu. Era nosso, só nosso. O dia da consagração, por entre paredes que foram testemunhas do nosso sofrer, foi teu, de mão dada com a mãe. Foste buscar aquilo que era teu por direito. O teu filho concluiu a licenciatura, mas o canudo era teu, era vosso. Era um sonho teu, mas hoje, haja o que o houver, é uma realidade tua. Tens um filho licenciado em Direito, o curso dos teus sonhos e que, por coincidência da vida, também é dos meus. É um orgulho enorme para mim ter o que tenho hoje, seja o curso, seja a pós graduação, sejam as formações, seja o trabalho, sejam os meus projectos pessoais, mas o meu maior orgulho, o que realmente me enche o peito, é o poder dizer-te: pai, eu consegui!
Agradeço-te os ensinamentos, o pintar da vida tal como ela é, os conselhos, o alinhar da direcção sempre que me vês a fugir para a berma. Agradeço-te de coração, mesmo sem to dizer. Agradeço-te a preocupação que tens por mim e por todos os que eu amo, sim porque tu não te ficas por mim, tu vais mais além, tu tocas nos meus limites, tu queres o meu bem e o bem dos que me querem bem. Tu sabes que eu sou estou feliz se os que amo estiverem como querem. Sou como tu. Eu sei, tu sabes, nós sabemos que somos iguais.
A vida é feita de etapas, de lutas diárias e de decisões, mas eu, esteja onde estiver, nunca viverei nenhuma das coisas da vida sem ti. Perto ou longe. Não viverei, nem o poderia fazer, afinal de contas, pai, tu és o meu melhor amigo, és a minha base, és o meu suporte, és um irmão. És tudo, pai. E distância não é desculpa, distância é um percalço da vida, é uma barreira que pode facilmente ser ultrapassada e, como eu costumo dizer, a distância só enfraquece os laços de quem não ama de verdade, porque quem ama com o coração todo ama ainda mais quando está longe.
Um dia, pai, vou sentar-te um filho meu no teu colo e vou pedir-te que lhe ensines tudo o que me ensinaste a mim. Não mudes nada. Quero que seja igual. Quero que ele seja feliz, tão feliz como eu fui, nos teus braços, de mão dada contigo, ao teu lado e longe de ti.
Sabes, pai, podes até pensar que um dia te vou deixar, que vou ter uma família minha e uma casa minha, que um dia vou ter uma vida da qual tu não irás fazer parte, mas peço-te, por tudo o que de mais sagrado há: não o faças, pai. Esse dia nunca vai chegar. Tu vais ser sempre a minha família, a minha casa e a minha vida. Sempre, sempre. Prometo.
Deixo-te um beijo, um abraço, um amo-te, um olhar que lacrimeja de emoção e um filho que hoje é um homem, mas no teu e no meu coração será sempre um menino. O teu menino!

Coisas que eu ouço LXXVIII

terça-feira, 18 de março de 2014

quinta-feira, 13 de março de 2014

Religião e dinheiro

Ontem, enquanto esperava numa sala que é feita para isso mesmo, ouvia um senhor que falava de pé para uma senhora, mas que no fundo dirigia-se a todos os que ali estavam.
Se inicialmente a conversa passava pela saúde e por um incontável número de conselhos que ele tinha para partilhar, o discurso acabou, não sei como nem porquê, na igreja. Dizia o que discursava que era católico, mas não ia à igreja. Já foi de ir, mas agora não vai. Pelos vistos o padre que o levava à igreja foi embora e este que lá está agora, um que "apareceu com um renault 5 a cair de podre e passados uns meses comprou um carro de trinta mil euros", não o convence. Nem a ele, nem a outros como ele. Na boca deste senhor o padre da freguesia dele, que eu não sei qual é, é "um ladrão, um chulo, só pensa em dinheiro". No fundo, e resumindo, o que se ouviu foram uma série de justificações para os adjectivos escolhidos para qualificar o padre em questão. E, verdade seja dita, a serem verdade, tenho que concordar com o homem.
Até aqui, tudo normal. Infelizmente. Não é a primeira pessoa, nem será a última a ter esta opinião. Eu mesmo concordo com ele, embora, como em tudo, não se possa generalizar. A verdade é que vivemos numa época em que a religião e a igreja viraram uma máquina de fazer dinheiro. Tudo o que acontece dentro da casa do Senhor passou a ter um preço. Batizados, casamentos, funerais, missas de sétimo dia, missas de procissões. Tudo! Hoje em dia os padres cobram o que querem e pelos vistos não há quem termine com isto ou, pelo menos, quem lhes crie limites. Por exemplo, a propósito da época que se avizinha, a Páscoa, anda já um alarido enorme. Muitos são os párocos que exigem, no mínimo, "um dia de trabalho" como côngrua, que é aquilo que nós deixamos no envelope ou no pratinho e que quem nos leva a cruz a casa no domingo de Páscoa retira, põe num saco e entrega ao senhor padre no fim do dia. Outro roubo, na minha maneira de ver. Cada um dá o que pode e, acima de tudo, o que quer. Acerca disto, o discursante da sala de espera disse, e achei-lhe piada, que ao padre até lhe dá uma semana de trabalho, é preciso é que ele tenha vontade de trabalhar.
Adiante.
Já a conversa ia avançada quando a senhora que o ouvia lhe pediu calma nas palavras. A resposta do homem que estava de pé prontamente se fez ouvir. "Sabe, na minha vida tive um azar. Morreu-me um filho com vinte e dois anos numa cama do hospital. Levaram-no para a minha aldeia e ele teve que ir para a igreja enquanto preparávamos a casa para o receber. Esteve uma hora e meia na igreja. Quando fui lá buscar o meu filho o padre disse-me que tinha pagar quinze euros antes de levar o corpo. Quinze euros por ter o meu filho morto dentro da igreja durante uma hora e meia. Paguei-lhe. Tenho recibo lá em casa para mostrar às beatas que duvidam de mim."
A ouvir isto entendi, como qualquer um entende, a revolta deste pai enlutado e o sabor amargo de todas as palavras que ele dirige àquele padre. Com toda a razão do mundo, diga-se.
Que padre pede quinze euros a um pai para levar o corpo do seu filho? Que ser humano é este? Que sensibilidade tem esta pessoa? O homem disse-o e eu repito-o: um ladrão, um chulo, só pensa em dinheiro. É isto e muito mais. Muito muito mais!

sexta-feira, 7 de março de 2014

quarta-feira, 5 de março de 2014

Carnaval 2014

Eu fui Shrek. Ela foi Fiona. Eles foram vacas, super heróis, freiras, anjos, cachorros quentes, odaliscas, meninas de rua, bruxas, cavaleiros, joaninhas. Fomos uma série de coisas, mas acima de tudo fomos felizes, tal como a data exigia. Uma grande noite, em óptima companhia.
Até para o ano, Sr. Carnaval!