terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Felicidade sem medida

A água cai pelo meu corpo enquanto olho para ti a dormir.
Sorrio ao ver-te assim. No teu aconchego. Agrada-me.
Pego na toalha e seco-me no silêncio da manhã.
Apetece-me abraçar-te assim. Molhado. Mas seria um crime interromper o teu sono.
Pego nas minhas roupas e visto-me na sala. Olho pela janela e vejo o sol que tu ainda não conheces.
O dia está bonito, mas com o teu despertar ele vai brilhar mais ainda. Tenho a certeza.
Estou pronto. Ligo a tv e ouço o que mundo tem para dizer.
Preparo o pequeno almoço. O nosso. Já pouco falta para acordares. Preparo o que tu e eu vamos comer.
Está na hora. Custa, mas tenho que te acordar.
Páro à tua frente e penso numa forma subtil de o fazer.
Um sussuro? Um beijo na testa? Um beijo na boca? Que tal os três. Cada um a seu tempo.
Um sussuro: acorda...
Afasto o cabelo que te cobre parte da cara e beijo a tua testa.
Despertas chateada. Comigo e com o mundo. Ninguém tem o direito de interromper o teu sono. Achas tu.
Mas mesmo chateada ganhas um beijo na boca. És especial, mesmo chateada.
Entras na casa de banho, a água já corre quente para não perderes tempo. Fui eu que tratei disso. A toalha também lá está. Só faltas mesmo tu.
Deixo-te perdida no banho, num silêncio que teimas em manter.
Preparo o que falta. Está tudo na mesa. Faltas tu. Sento-me à tua espera.
Chegas preguiçosa. Esticas o corpo e até à sua ponta. Esfregas os olhos que insistem em fechar.
Sentas-te e soltas as tuas primeiras palavras e eu sorrio. Sorrio porque és sempre assim e vais ser assim sempre.
A refeição é rápida porque o dia tem a mesma velocidade e as horas não páram.
Vais buscar a carteira que é sempre a última. Eu vou tirando o carro. Encontramo-nos à porta.
Tranca tudo e não te esqueças dos óculos de sol.
Lá vais tu a correr. Dás os últimos retoques antes de entrares no carro.
Arrancamos. Trocamos olhares e sorrimos. Nós sabemos porquê. Somos felizes.
Música. Uma que tenha a aprovação de ambos.
Dou-te a mão enquanto conduzo. Faço questão de te segurar. Quero ter a certeza de que estás ali. Em momento algum posso duvidar da tua presença. Quando o fizer irei duvidar da minha também.
Chegamos ao destino. Sais tu primeiro.
Beijas-me e afirmas que me amas.
Sorrio e retribuo. Mais um beijo e explico-te que quem te ama sou eu a ti.
Vai lá que já está tarde. Passo aqui para irmos almoçar. Hoje almoçamos fora. Apetece-me.
Tu sorris e com isso aceitas a proposta.
Eu sigo sozinho, a medir o tamanho da minha felicidade. Não consigo. Não tem medida.

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