segunda-feira, 24 de março de 2008

Do fundo do meu coração...

Quando atingimos graus intensos de sinceridade naquilo que dizemos, conseguimos, quase sempre, perturbar aqueles que nos ouvem.
É triste quando chegamos a esse ponto.
É de lamentar que todos nós tenhamos que viver protegidos de uma "capa", chamada cinismo, para que possamos conviver uns com os outros.
Admiro todos aqueles que conseguem olhar-me nos olhos e apontar-me os defeitos, explicando-me de seguida como posso melhorar.
Quero sempre por perto aqueles que conseguem ouvir as minhas criticas e entende-las como um bem querer.
Tenho pena que haja pessoas de memória curta, não porque eu ache necessário que haja agradecimentos eternos, mas sim porque é bom saber não falhar com aqueles que nos ajudaram em horas dificeis.
Tento guardar aqueles que me ajudaram e guardo com a mesma força aqueles que eu ajudei e que sei que me agradecem a cada segundo que passa, mesmo estando eu distante.
A pior coisa que o ser humano conseguiu criar foi a amizade por conveniência. Existe porque parece bem, ou porque dá jeito, ou porque não dá jeito deixar de falar com determinada pessoa.
Não usem a amizade por conveniência. Deixem-na cair em desuso. É feia, muito.
Mendicidade familiar? Conhecem?
Acontece quando a familia existe porque o ADN diz que existe.
Neste tipo de mendicidade vagueamos pela familia à procura de sentimentos, tentamos agarrar-nos a todos eles com a força do desespero e depois descobrimos que afinal estavamos agarrados ao vazio.
Hoje em dia é comum as familias terem zangas. Sinceramente isso não me afecta nada. Não fico ligado a alguém sentimentalmente porque esse alguém é da minha familia, apenas me "ligo" quando ao laço familiar junto respeito e amizade.
Aos poucos e poucos vou vendo a minha familia desmoronar-se, é estranho, é triste e dói... principalmente quando os pilares que caem são aqueles que nós mais respeitamos e onde depositamos a esperança de segurar a base familiar.
Desde que nasci vivi, convivi e aprendi a viver com guerras familiares, nada que me impedisse de crescer, viver, vencer e ser feliz, mas desde criança que faço apostas em certos e determinados elementos familiares. Passo a explicar, há pessoas que para além de fazerem parte da minha familia, merecem da minha parte carinho, amor, amizade e respeito.
Já perdi várias apostas, chocantes foram duas, uma de cada lado (deve ser para haver equilibrio), espero bem ficar por aqui, sinceramente.
Neste momento tenho uma última aposta, alguém que se eu perder me vai custar muito, alguém em quem eu apostei todos os sentimentos que tinha, estando "longe ou perto", alguém que me viu nascer, crescer e ser homem... alguém que por tudo o que eu nutro não tem o direito de me desiludir, alguém que deve pensar bem antes de agir e lembrar-se que eu sou um ser humano, que eu tenho sentimentos e que eu era incapaz de agir sem sentir em relação a essa pessoa.
Peço-vos, a todos, familiares e amigos, se tiverem algo para dizer, a mim ou aos meus, digam-no na cara, falem sem medo, expliquem o que sentem e não o que ouviram dizer.
A sinceridade é a mais bela das companheiras, confiem em mim!!
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Agora, vou-me preparar, parto hoje para o Porto, amanha é o dia da operação.
Rezem por mim.
A todos vós o meu muito obrigado por existirem.
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Do fundo do meu coração vos digo: ao meu lado só quero quem gosta de mim tal como eu sou e com aquilo que tenho!!

1 comentário:

  1. Há-de correr tudo bem irmão! Sê forte! Estou do teu lado. É um texto integralmente realista e sincero. Abraço forte.
    Ass: Carlitos Mábitxo

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