segunda-feira, 28 de julho de 2008

24.05.1983 - 27.07.2005

Tiago, fez ontem 3 anos que tu partiste.
Hoje marcou-se essa data com a celebração de uma missa.
Pensei que com o tempo isto aliviava, mas não. Dói mais. Cada vez mais.
Parece que nos inicios ainda acreditavamos que tu voltavas.
Com o passar do tempo deixa-se de acreditar e a realidade aos poucos vai-se mostrando, fria como só ela é.
Deus assumiu o comando da equipa e decidiu substituir-te. Não entendi. Estavas a jogar tão bem amigo.
Ainda hoje tento descobrir onde tu erraste e não consigo entender.
Hoje, durante a tua missa, senti um frio entrar na igreja. Eras tu, não eras? Eu sei que eras.
A tua mãe abraçou-me com carinho, o teu pai abraçou-me com força, mas não fiques com ciumes, os abraços são para ti. Só para ti.
Sei que tomas conta de todos eles. Fazes-lhes falta a todos. Ao teu mano e aos teus papás.
Fazes-me falta a mim.
Lembro-me de ti como não me lembro de mais ninguém. Estranho, mas é verdade.
Lembro-me, como se fosse hoje, do dia em que te conheci. No campo do Abambres. Podiamos não ser os melhores jogadores do mundo, mas eramos amigos e não há dinheiro que pague isso.
Lembro-me do último dia em que te vi. Tinhas aquele teu sorriso. Tinhas aquela tua humildade. Tinhas aquela tua maneira de estar e de ser. Tinhas aquilo que eu admirava num amigo.
Hoje na tua campa recordei os nossos momentos, não todos porque são muitos, mas aqueles mais marcantes. Chorei. Chorei porque fazes falta. Chorei muito. Amigo, isto custa.
Sempre que passo pelo local do teu fim lembro-me de ti. Sempre, mas sempre. Lembro-me do miudo que não fazia mal a ninguém, lembro-me de um amigo, de um companheiro, lembro-me do meu defesa direito, lembro-me de olhar para ti e te admirar porque eras feliz com o que tinhas e não precisavas de mais nada. És um exemplo para mim. Todos os dias.
São tantas as vezes que olho para o céu e Lhe pergunto porque é que te levou. Não é justo. Tu não merecias, miudo!!
Tenho a certeza que nos guardas, aí de cima. Eu sei que nos proteges de todos os males. Agradeço-te por isso.
Quero que saibas que estou aqui em baixo para o que precisares. Ao teu dispôr. Eu nunca direi não aos teus.
Amigo, eu nunca te esquecerei. Prometo.
Lembrar-me-ei de ti sempre.
Terei sempre orgulho em ti.
Agradecerei eternamente pelo facto de um dia me teres deixado ser teu amigo.
A nossa amizade será eterna e mesmo distantes nós estamos sempre juntos.
Obrigado por todos os momentos que vivemos.

1 comentário:

  1. Querido amigo,
    esta tua entrada fez as lágrimas brotarem incessantemente dos meus olhos.
    Quanto custa a partida de alguém que faz parte da nossa vida como se fosse uma parte do nosso corpo?!
    Tocou-me particularmente porque reconheci a dor que tem sufocado o meu peito e que tu nesta entrada partilhas.
    Pensava que com o tempo a dor ia suavizando, mas hoje entendi que a saudade da ausência é uma dor que permanece em nos de forma permanente.
    Prendo-me na esperança que aqueles anjos que a vida rouba de nos, se encontrem num lugar maravilhoso e que um dia nos possamos volta a encontrar.


    " A morte é apenas uma travessia do mundo, como os amigos atravessam os mares.
    Continuam a viver uns nos outros, pois não podem deixar de estar presentes, para que amem e vivam no que é omnipresente. Neste espelho divino, vêem-se face a face e a sua conversa é livre, para além de pura. é este o consolo dos amigos: embora sejam mortais, a sua amizade e companhia estão todavia, no melhor dos sentidos, sempre presentes, porque imortais"

    beijinho bem grande p ti bonekinho!!!

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