segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Pedra Alta - Vila do Conde

A noite foi, como se previa, fantástica. O jantar foi, como não se previa, uma porcaria.
Quando falo do jantar refiro-me à comida. Mais especificamente à sapateira.
A determinada altura da refeição um membro da nossa equipa apercebeu-se que a sapateira cheirava mal. Isto para não dizer que cheirava a merda.
Um a um comprovamos isso. Era um cheiro realmente insuportável.
Nem se tentou comer. Era óbvio que a sapateira não estava bem.
Chamamos o funcionário e pedimos-lhe que chamasse o responsável pela sala. Ao que indica seria o dono.
Lá veio o dito cujo.
Explicamos-lhe o que se passava e pedimos-lhe que fizesse o mesmo que nós, ou seja, que cheirasse a coisa que ali estava.
Assim foi. Qual não é o nosso espanto ouvir da boca de tão sabido senhor do marisco que "a sapateira é fresca e não cheira mal", acompanhando a citação com um sorriso que nos chamou de burros a todos.
Sentiu-se, o entendido, ofendido por pessoas que de marisco nada devem perceber, afinal de contas vêm de Vila Real.
Depois de lutarmos com argumentos honestos e sentidos fomos vencidos por uma afirmação que a todos nos derrotou. Disse-nos o senhor, depois de cheirar segunda vez, que a sapateira estava bem, afinal de contas, tal como ele disse no momento, "cheira a pão".
Até ali apenas tinha ouvido, depois disso tive que falar. Disse-lhe eu que aqui na minha terrinha também há sapateira, pode vir de longe, mas a viagem não a cansa e chega sempre em bom estado. Acrescentei-lhe que graças a Deus não preciso de ir a Vila do Conde, ao Pedra Alta, para comer marisco, aqui na serra também há desse petisco. Os que ali estavam sentados só são de Trás os Montes, não são burros.
O senhor sorria do alto da sua experiente idade.
Eu sentado na minha cadeira disse-lhe que não é preciso ser profissional do ramo da restauração para saber que o que ele tinha que fazer era levar o que ali estava para a cozinha e pedir-nos desculpa. Não o fez, foi pena.
Despedi-me dele dizendo-lhe que a sapateira cheirar ao pão é uma tal merda, mas se o pão cheirasse à sapateira era uma categoria.
O livro de reclamações foi a sobremesa. Escreveu-se em forma de desabafo. Sei que não passa disso. Infelizmente.
O senhor ofereceu-nos uma sapateira cozida que, ao que tudo indica, cala tolos. Nós rejeitamos e ele desapareceu.
A conta foi a prevista. Nem duas sapateiras ( não foi só uma) estragadas deram direito a desconto.
Assim cresce um nome (Pedra Alta) que apelida várias casas deste nosso Portugal e algumas fora dele.
Não se julgam pessoas pelas suas origens, nem esse senhor se pode julgar mais que alguém por ser quem é ou por trabalhar onde trabalha. Com a atitude dele apenas mostrou que é menos, muito menos, que todos nós.
Lá não ficamos a dever nada, mas não me esquecerei dele e sempre que tiver oportunidade mostrarei, a quem quiser ver, que o Pedra Alta (de Vila do Conde) não merece a visita de ninguém.
Este filme terá continuação no cinema ASAE. Se vai servir de alguma coisa? Duvido. Mas calados não ficamos.
O resto da noite foi fenomenal. Não há palavras. Ficam imagens guardadas num arquivo chamado amizade e com um lembrete que diz "voltar a repetir".

3 comentários:

  1. Concordo inteiramente!
    também ja la pedi arroz de marisco.
    Vieram sapateiras ocas, com um sabor detestavel, o proprio arroz de marisco sem qualquer sabor.

    O funcionarios de uma arrogancia e ma-educação impressionante, pedimos a conta e tivemos que levantar para vir embora para algum deles se dignificar a ir entrega-la.


    Nunca mais la volto e desaconselho vivamente.

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  2. Já fui lá dezenas de vezes e nunca tive problemas.

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  3. uma roubalheira que aqui se pratica na Pedra alta de vila do conde,não se come as entradas e temos que as pagar, para mim e para os meus amigos nunca mais, tenham vergonha e respeitem mais os clientes, não comer as couvetes e termos que pagar é um roubo as descaradas

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