quinta-feira, 17 de maio de 2012

Pai, parabéns!

No dia dezassete do maio de mil novecentos e cinquenta, quarta-feira, veio ao mundo aquele que viria, com a graça de Deus, a ser meu pai. Completa hoje sessenta e dois anos de vida. Está de parabéns pela data, pela vida, pelo que conquistou, pela pessoa que é, pelos ensinamentos e valores que transmitiu, pelas batalhas ganhas e por nunca ter abandonado aqueles que ama. Mesmo que em silêncio ou à distância.
É um ser humano com defeitos e virtudes, como todos nós, mas tem uma essência diferente e especial. Quem convive com ele pode ser minha testemunha quanto a esta matéria. À personalidade não lhe basta ser forte, é preciso ser honesta e este é um dos valores que o meu pai sempre transmitiu. Não há muitas coisas melhores do que poder andar nesta vida de cabeça levantada e de nos podermos deitar tranquilos. A sinceridade, como dizia Oscar Wilde, é uma coisa perigosa, então se for em excesso acaba por se tornar absolutamente fatal. É verdade. Todos nós temos a plena consciência disto e o meu pai não foge à regra, contudo em momento algum abdica dela.
A sinceridade e a honestidade são dois pilares que ele construiu nas nossas bases e nunca irá admitir nem perdoar a queda de um deles. É justo, ele exige o mesmo dele próprio.
O exterior esconde um coração enorme e mole, mostra um homem frio, esconde o sorriso e o humor, mostra um homem sério e sisudo. Reserva para os que ama aquilo que lhe é mais próprio. Guarda do mundo os segredos da sua personalidade e deixa-os respirar apenas dentro das quatro paredes que são nossas.
Não permite nem admite a quem quer que seja que belisque aquilo que é dele ou dos seus, luta como uma guerreiro para garantir o bem estar de quem ama e na hora da luta não vira a cara. Nunca virou.
Saber vencer todos sabemos, é fácil, mas saber perder e ter força para voltar a lutar está ao alcance apenas de quem é especial. É dos mais importantes ensinamentos que recebi do meu pai. O perder não significa desistir, mas sim voltar a tentar e o voltar a tentar tem que durar até à vitória.
É exigente com todos, a começar por ele, mostrando que nada se consegue sem esforço. Não há glória que se atinja sem a luta. Não há sabor de vitória sem o suor da batalha.
Não admite uma traição, a lealdade é uma tatuagem no seu perfil. A frieza, mesmo que dorida, depois de uma traição vem à tona. Quem é leal tem este direito.
Um erro pode ser resolvido com um pedido de desculpas, ele próprio também os comete e faz mea culpa. Errar é humano e ele tem consciência disso. É uma virtude de ouro.
Como pai eu tenho a certeza que não há melhor. Desculpem-me os filhos dos outros, mas algum tinha que ser o melhor e nisso eu tive a sorte de uma vida.
As palavras que aqui deixo não são mais do que uma leve apreciação de um ser humano que para mim é tudo. O que aqui digo ao lado dele nada vale. Só quem o vive sabe o quão precioso é.
Amo-te, Pai!!

1 comentário: