Sabia que aquela ilha tinha que ser visitada antes do fim de Fidel. Era obrigatório. Não imagino bem o que será daquele pedaço de terra e daquela gente após a morte daquele líder. Não vou tecer comentários politicos, nem vou questionar a politica daquele país, nem sequer vou opinar se Cuba será melhor ou pior depois da morte de Fidel ou dos irmãos Castro.
Aterrei em Varadero e segui para Havana. As duas horas e pouco de autocarro pareciam-me, à partida, terriveis, mas não. Foram maravilhosas. Adorei percorrer um pouco daquele país e dar a conhecer aos meus olhos cada palmo daquela terra.Primeira paragem para esticar as pernas e para provar o belo do mojito. Bom, mas caro. Preço de discoteca em tasca de beira de estrada custa, mas férias são férias e os mojitos fazem parte de Cuba. O cheiro do ar fez-me lembrar o Brasil.
Chegado a Havana pude contemplar uma cidade maravilhosa. Tal como se esperava. Ali senti que tinha recuado no tempo. Uns 100 anos talvez. Edificios gigantescos recheados de história e prédios habitacionais que mais pareciam prisões. Um contraste estranho. Engraçado de se ver, mas dificil de se entender.
O hotel, no centro histórico de Havana, era de 5 estrelas cubanas, mas aqui iria no máximo às 4. Um edificio com 25 andares. O meu era o 12º, o 25º era o da discoteca, toda em vidro, o que permitia ver a beleza nocturna daquela cidade. A vista era fantástica.
Chegou o dia que permitiu conhecer a cidade por dentro. Táxi a fazer passeio turistico, com preço fixo porque o táximetro é decorativo, até ao Capitólio, pelo caminho parou-se na Praça da Revolução e aos poucos foi-se sentindo a cidade, o país, as gentes, os costumes e a cultura.
Se na Praça da Revolução a sessão fotográfica foi tranquila, já no Capitólio foi o fim do mundo. Toda a gente queria fazer parte das fotos e assim aproveitar para pedir dinheiro, todos queriam vender qualquer coisa, as ofertas para viagens de táxi normal, de coco táxi (táxis super engraçados) e charrete abundavam. Já agora, de referir que por lá os carros antigos são mesmo como nos filmes e que carros novos só do governo. Não há nenhum stand em Cuba. Nenhum!! As matriculas têm várias cores. Sei que as azuis eram do governo, por isso táxi com matricula azul é sinal de segurança, as outras não sei, não experimentei. Que eu visse, havia amarelas e vermelhas também.
Depois do Capitólio seguiu-se um passeio pedestre por ruas cheias de história, mas onde a pobreza também vive e convive. Cuba é bom para visitar, mas aquelas gentes vivem muito mal e totalmente dependentes do governo. É bom ver ruinas, ruas antigas estreitas, carros a cair de podre, mas também é estranho, no minimo, não ver um supermercado, nem sequer um minimercado, não se ver ninguém com um telemóvel, não se ver portáteis, no fundo Cuba não tem tecnologia, pelo menos para o comum cidadão. Saber que os empregados de bares, restaurantes e hóteis ganham 10€ (dez euros) por mês é de loucos. Por isso lutam pelas gorjetas e em alguns restaurantes vem já incluido na conta. O governo dá-lhes crédito em bens de primeira necessidade, não compram o que querem. A manteiga, por exemplo, é racionada.
Procurou-se e encontrou El Floridita, que nasceu em 1817 e ainda hoje vive, com classe, diga-se. Por lá já passou muita gente famosa. Ernest Hemingway passou lá horas a fio. Ali bebem os melhores mojitos e os melhores daiquiris de Cuba. É óbvio que disfrutar do espaço e das bebidas tem o seu preço e uma bebida ronda os 5€. Não é para quem quer, é mesmo para quem pode e garanto-vos que lá dentro não entra o comum mortal cubano. De referir que em Cuba há dois tipos de moedas: o peso conversivel e o peso cubano. Um é dos turistas e só dos turistas e o outro é dos cubanos e só deles, para nós, que visitamos, nada vale.
O jantar foi em La Bodeguita del Medio, que é só o restaurante cubano mais conhecido no mundo, como eles fazem questão de lembrar. As paredes estão assinadas por quem lá passou do chão ao tecto. Não imagem, por ser o mais conhecido do mundo, como algo luxuoso, não. Aquilo é uma tasca, pequenissima, onde tem que se reservar para se ter mesa livre e onde se transpira muito mesmo. O calor em Cuba é assustador. As noites têm 32/33 graus. Imaginem. Aqui é preço fixo e depende do menu. Ou 15 ou 25€. Nada demais.
Nas paredes e nos sitios onde aqui existem publicidades a produtos por lá existem frases revolucionárias e sempre com ideias politicas. Marcou-me "La revolucion soy yo". Gostei.
E assim foi Havana.
No dia seguinte seguiram-se mais duas horas e meia de viagem com destino a Varadero. Local meramente turistico. Praias paradisiacas e resorts. Nada mais.
O resort eleito, que para eles é de luxo está bem longe do luxo que existe, por exemplo, na República Dominicana. As praias são um abuso. Água quente, calma, completamente transparente e muito muito salgada. A areia é fina, branca e não suporta pés descalços. Queima. O sol parece que derrete. Ou se está na água, ou se está na sombra, ou se morre.
Por lá havia de tudo e não me posso queixar de nada. Estava tudo incluido. Do bar aos desportos nauticos. Tudo mesmo.
O melhor da semana foi mesmo o dia em que se andou de Banana, que ficou conhecida como "El plátano assassino". História que não vai entrar aqui porque isto já vai com tamanho que chegue.
Em suma, posso afirmar que adorei Cuba e o povo cubano, que mesmo sendo lento que se farta, são boas pessoas. Voltar não volto porque não faz parte da minha politica voltar a um país, com excepção do Brasil, que é mesmo uma excepção.
Aconselho. Visitem. Cuba vale a pena.
Aterrei em Varadero e segui para Havana. As duas horas e pouco de autocarro pareciam-me, à partida, terriveis, mas não. Foram maravilhosas. Adorei percorrer um pouco daquele país e dar a conhecer aos meus olhos cada palmo daquela terra.Primeira paragem para esticar as pernas e para provar o belo do mojito. Bom, mas caro. Preço de discoteca em tasca de beira de estrada custa, mas férias são férias e os mojitos fazem parte de Cuba. O cheiro do ar fez-me lembrar o Brasil.
Chegado a Havana pude contemplar uma cidade maravilhosa. Tal como se esperava. Ali senti que tinha recuado no tempo. Uns 100 anos talvez. Edificios gigantescos recheados de história e prédios habitacionais que mais pareciam prisões. Um contraste estranho. Engraçado de se ver, mas dificil de se entender.
O hotel, no centro histórico de Havana, era de 5 estrelas cubanas, mas aqui iria no máximo às 4. Um edificio com 25 andares. O meu era o 12º, o 25º era o da discoteca, toda em vidro, o que permitia ver a beleza nocturna daquela cidade. A vista era fantástica.
Chegou o dia que permitiu conhecer a cidade por dentro. Táxi a fazer passeio turistico, com preço fixo porque o táximetro é decorativo, até ao Capitólio, pelo caminho parou-se na Praça da Revolução e aos poucos foi-se sentindo a cidade, o país, as gentes, os costumes e a cultura.
Se na Praça da Revolução a sessão fotográfica foi tranquila, já no Capitólio foi o fim do mundo. Toda a gente queria fazer parte das fotos e assim aproveitar para pedir dinheiro, todos queriam vender qualquer coisa, as ofertas para viagens de táxi normal, de coco táxi (táxis super engraçados) e charrete abundavam. Já agora, de referir que por lá os carros antigos são mesmo como nos filmes e que carros novos só do governo. Não há nenhum stand em Cuba. Nenhum!! As matriculas têm várias cores. Sei que as azuis eram do governo, por isso táxi com matricula azul é sinal de segurança, as outras não sei, não experimentei. Que eu visse, havia amarelas e vermelhas também.
Depois do Capitólio seguiu-se um passeio pedestre por ruas cheias de história, mas onde a pobreza também vive e convive. Cuba é bom para visitar, mas aquelas gentes vivem muito mal e totalmente dependentes do governo. É bom ver ruinas, ruas antigas estreitas, carros a cair de podre, mas também é estranho, no minimo, não ver um supermercado, nem sequer um minimercado, não se ver ninguém com um telemóvel, não se ver portáteis, no fundo Cuba não tem tecnologia, pelo menos para o comum cidadão. Saber que os empregados de bares, restaurantes e hóteis ganham 10€ (dez euros) por mês é de loucos. Por isso lutam pelas gorjetas e em alguns restaurantes vem já incluido na conta. O governo dá-lhes crédito em bens de primeira necessidade, não compram o que querem. A manteiga, por exemplo, é racionada.
Procurou-se e encontrou El Floridita, que nasceu em 1817 e ainda hoje vive, com classe, diga-se. Por lá já passou muita gente famosa. Ernest Hemingway passou lá horas a fio. Ali bebem os melhores mojitos e os melhores daiquiris de Cuba. É óbvio que disfrutar do espaço e das bebidas tem o seu preço e uma bebida ronda os 5€. Não é para quem quer, é mesmo para quem pode e garanto-vos que lá dentro não entra o comum mortal cubano. De referir que em Cuba há dois tipos de moedas: o peso conversivel e o peso cubano. Um é dos turistas e só dos turistas e o outro é dos cubanos e só deles, para nós, que visitamos, nada vale.
O jantar foi em La Bodeguita del Medio, que é só o restaurante cubano mais conhecido no mundo, como eles fazem questão de lembrar. As paredes estão assinadas por quem lá passou do chão ao tecto. Não imagem, por ser o mais conhecido do mundo, como algo luxuoso, não. Aquilo é uma tasca, pequenissima, onde tem que se reservar para se ter mesa livre e onde se transpira muito mesmo. O calor em Cuba é assustador. As noites têm 32/33 graus. Imaginem. Aqui é preço fixo e depende do menu. Ou 15 ou 25€. Nada demais.
Nas paredes e nos sitios onde aqui existem publicidades a produtos por lá existem frases revolucionárias e sempre com ideias politicas. Marcou-me "La revolucion soy yo". Gostei.
E assim foi Havana.
No dia seguinte seguiram-se mais duas horas e meia de viagem com destino a Varadero. Local meramente turistico. Praias paradisiacas e resorts. Nada mais.
O resort eleito, que para eles é de luxo está bem longe do luxo que existe, por exemplo, na República Dominicana. As praias são um abuso. Água quente, calma, completamente transparente e muito muito salgada. A areia é fina, branca e não suporta pés descalços. Queima. O sol parece que derrete. Ou se está na água, ou se está na sombra, ou se morre.
Por lá havia de tudo e não me posso queixar de nada. Estava tudo incluido. Do bar aos desportos nauticos. Tudo mesmo.
O melhor da semana foi mesmo o dia em que se andou de Banana, que ficou conhecida como "El plátano assassino". História que não vai entrar aqui porque isto já vai com tamanho que chegue.
Em suma, posso afirmar que adorei Cuba e o povo cubano, que mesmo sendo lento que se farta, são boas pessoas. Voltar não volto porque não faz parte da minha politica voltar a um país, com excepção do Brasil, que é mesmo uma excepção.
Aconselho. Visitem. Cuba vale a pena.
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