A vida passa tão rápido. Maldito relógio. Desgraçado calendário.
Ainda ontem eu via o Vitinho, ia de fato de treino para a escola, levava sandes feitas na mochila, calçava o 35, não tinha barba, tinha deveres de casa, ia de bicicleta para todo lado, não tinha computador, dava vacinas, via os Jogos Sem Fronteiras com a minha mãe, fazia telefonemas do telefone fixo, percorria as ruas da aldeia com a bola nos pés, não ia ao café sozinho, ia ao futebol com o meu pai ao domingo à tarde, não usava perfume, gritava pelos golos do Domingos Paciência, chorava quando não me deixavam ir treinar porque não sabia a matéria do teste, só havia a RTP1 e a RTP2, não sabia o que era a internet, não sabia que podia perder pessoas que amava, não sabia como o mundo pode ser duro.
Tantas, tantas, tantas coisas que já passaram e não mais voltarão a passar.
Eu já fui criança há muitos anos e fui tão feliz que ninguém imagina.
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