terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Eu!

Quem me conhece e me ama desde que nasci chama-me puto. Diminutivo de puto reguila. Sempre o fui e acho que é assim que morrerei. É assim que quero ser pensado e recordado.
A caderneta da escola de menino comprova a veracidade das minhas palavras. Dificil de domar, com ideias bem vincadas e um perfil de lider estampado desde cedo. Irresponsável com limites.
O sorriso é um parceiro que não largo e se por instantes ele desaparece, que desaparece por instantes, ele em breve volta. Poucas são as coisas que me levam o sorriso. O meu sorriso.
A caminho da escola arrastava a biqueira dos pés só para ver se realmente aquilo dava cabo do calçado, puxava a gola da t-shirt só para saber se ela alargava, tirava o kispo para ter a certeza que era aquilo que me aquecia. Assim era eu a tentar entender o mundo.
Uma ordem era um desafio para mim. Se me mandam não fazer porque não fazer para ver no que dá? E fazia-o, fazia-o sempre. Não me podiam dar espaço.
Este menino da escola foi crescendo, foi enfrentando a vida de peito feito, concluiu etapas sem a preocupação que essas mesmas etapas deveriam provocar. Prefiro deixar andar do que preocupar. Não estou para me chatear com a vida, nunca estive e ela tem feito o mesmo por mim, raramente incomoda.
Desde cedo desenhei a minha vida na minha cabeça e esse desenho continua cá. O caminho traçado por mim tem sido palmilhado lentamente, mas sempre sem dúvidas e isso dá-me paz, poupo tempo que os outros desperdiçam.
Sem muita chatice nem dor de cabeça conclui aquilo a que me tinha destinado. Assim sou eu: calmo, tranquilo, mas objectivo.
Gosto da vida tal como ela é. Não gosto de a interrogar. É assim e ponto final. Aproveito as dificuldades para aprender e fortalecer-me. É para isso, acredito eu, que elas servem. Já tive alguns dissabores, os problemas foram surgindo, mas nunca virei costas a nada. Se há um problema, há uma resolução.
Eu sou calmo, tranquilo, pacifico, divertido, alegre, bem humorado, não há melhor amigo que eu porque eu não permito, amo os que amo com uma força desmedida. Evito, ao máximo, que os meus defeitos atinjam os que me rodeiam. Não partilho os meus problemas com ninguém, resolvo-os sozinho na minha cama, a olhar para o tecto.
Eu quero uma t-shirt justa, umas calças largas e umas sapatilhas giras, a vida obriga-me a um traje formal. Venha ele. Mas com classe. Se há coisa com que eu me preocupo é com a minha apresentação. Não é tudo, mas define-te. Não o faço para os outros, faço-o por mim.
Não gosto de manter o estilo, gosto de mudar. O cabelo, a roupa, o calçado, os oculos de sol, os relogios. Não quero ficar enfadonho para mim mesmo, quero evoluir com o mundo.
Já fui homem da noite, já foi homem de excessos, de pecados, de tudo a que tive direito, mas sempre com cabeça e sem nunca ultrapassar limites. Agora quero a calma da noite. Não quero a música, quero a conversa. Não quero os shots, quero uma bebida com qualidade. Não quero empurrões, quero um abraço. Quero estar com quem quero e não com quem calha.
Gosto de beber champagne sem motivo. Gosto de beber um bom whisky acompanhado de uma boa companhia e de uma boa conversa. Aprecio um vinho bom. A Coca-Cola é o meu refrigerante. Troco o doce pela fruta. Troco o sofá pelo desporto. Troco o telejornal por um jogo de futebol. Troco uma novela por um filme. Troco um cinema por um sofá e um dvd. Os vídeojogos fazem-me esquecer o mundo. Adoro correr à chuva. Adoro ouvir a chuva. Adoro a neve. Adoro o sol. Adoro a natureza. Amo o futebol e sou viciado nele. Suporto melhor o frio que o calor, bem melhor. Gosto da praia com pouca gente. Detesto, mas detesto mesmo, multidões. Arrepiam-me e preocupam-me.
E é isto. Isto e um pouco mais, mas para já é isto.

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