terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pai Natal,

onde é que eu estava com a cabeça quando assumi publicamente que tinha consciência que tu não existias? Onde? Muito me espanta essa minha atitude. Sinceramente.
A esta hora, se eu não fosse artolas, tu ainda existias para mim e no primeiro segundo do dia vinte e cinco de Dezembro ia aparecer uma alma caridosa a dizer "ou ou ou", com um fato igual ao teu, mas made in China, e com uma barba postiça, que irrita a pele, toda torcida, alma essa que seria precisamente a mesma que iria desaparecer do sofá às vinte e três horas e cinquenta minutos do dia vinte e quatro de Dezembro, mas eu ia disfarçar, ia fazer cara de parvo e os meus olhos iam brilhar, não por quem vestia o fato, mas sim pelo que trazia nas mãos.
O que mais me dói é que quando eu acreditava em ti pedia-te máquinas de tetris, bonecos que esticavam, consolas que gritavam terem mil e quinhentos jogos quando só tinham cinco e cassetes de música; agora que eu sei que tu és um adorno de infâncias, existem as playstations, os iphones e os ipads. É justo? Diz lá!
Sabes Pai Natal, tu tiveste uma sorte do caraças! Se me apanhasses nesta fase eu juro que te ia pôr a pedir e pouco me importava a tua conversa sobre a crise.

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