quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Velhos são os trapos

Tenho vinte e oito anos e sinto-me um velho. Não no corpo, não na mente. Nos hábitos.
A minha geração e a que vem atrás da minha são assustadoras. Não generalizo, mas comento. Tenho que o fazer.
O por favor, o desculpe, o com licença, o posso, o bom dia, o boa tarde, o boa noite, o obrigado e outros membros da família faleceram nas bocas de muita gente. De forma inconsciente, acredito, mas a inconsciência do acto não iliba ninguém do mesmo.
A educação vai muito para além das palavras atrás referidas, que são só a base. A educação vai, e ainda bem que vai, para além da pronúncia de palavras, a educação são gestos, são atitudes, são formas de estar e de agir.
Se há coisa que me magoa é ver gente nova achar que a gente velha não é mais precisa; é ver gente de pele lisa achar que os de pele enrugada são trapos da sociedade; é ver os recentes acharem-se mais que os antigos.
Os que contribuíram para o bem da nossa juventude não merecem que nós contribuamos para o mal da velhice deles. É importante ter isto presente.

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